Natal: as origens da celebração cristã

Foto/Didier Caramalho - Redacção da Rádio Alfa

A dia 25 de dezembro, celebra-se no mundo cristão a Natividade. A data é o ponto fulcral das festas de fim de ano, sendo o marco inicial do periodo natalício que encerra depois com o Batismo de Jesus por João Batista.

É um momento de alegria festejado há séculos mas quem conhece verdadeiramente as origens desta celebração? No ALFA 10/13, o jornalista Didier Caramalho « viaja » até ao século IV para nos explicar a procedência da comemoração de Natal.

O dia de Natal passou tardiamente a ser considerado como uma grande festa cristã. Só a partir do século IV, com o imperador romano Constantino, é que se começou a celebrar o nascimento de Jesus. Um Romano cristão? Como assim?
 
Constantino acabou por entrar na História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, na sequência da sua vitória na Batalha da Ponte Mílvia, em 312. Segundo a narrativa tradicional, na noite anterior à batalha, Constantino sonhou com uma cruz no céu, e nela estava escrito em latim: In hoc signo vinces (« con este sinal vencerás »). De manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu uma vitória esmagadora sobre o inimigo. O imperador mais tarde atribuiu a sua vitória ao Deus cristão e abraçou essa religião, atribuindo assim importância ao Natal.
Os Evangelhos não dizem nada sobre o dia do nascimento de Jesus. O único evangelista a evocar a Natividade é Lucas, mas não deu a data do nascimento do profeta. O dia em que se celebra Natal é uma pura decisão humana!
Nas Igrejas orientais, os crentes celebram a Epifania, ou seja a manifestação de Deus encarnado em Jesus, a 6 de janeiro. No Ocidente, várias outras datas foram propostas e a que foi escolhida foi o dia 25 de dezembro. Mas, porquê?
O 25 de dezembro era, de acordo com o calendário juliano que estava em vigor naquela época, o dia do solstício de inverno. Em Roma, celebrava-se o nascimento do deus Mitra, assim como se celebrava também o “Sol invicto” e mais peculiarmente a Luz. O dia 25 de dezembro era então o dia da celebração da Luz.
Os primeiros cristãos aproveitaram a existência desta festa da Luz para sobrepor a sua festa: o nascimento de Jesus. O Natal é « simplesmente » um reaproveitamento religioso da festa pagã da Luz, festejada pelos Romanos.
Didier Caramalho
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