O incêndio em Notre Dame, em abril deste ano, deixou rastos importantes de contaminação por chumbo que são preocupantes.
Associações reclamam um processo de descontaminação em todo este vasto quarteirão central e nos dos arredores, que são dos mais visitados de Paris.A Cãmara de capital deverá revelar novo dados sobre os níveis de contaminação hoje, terça-feira, 06.
De acordo com dados disponíveis, cerca de 400 toneladas do metal volatilizaram-se em nuvens de partículas tóxicas, e ameaçam a saúde de moradores e turistas.
Um grupo de associações denuncia a ausência de medidas sanitárias por parte das autoridades na noite do incêndio e a falta de informações aos moradores nas semanas seguintes. E algumas pedem que a Catedral seja inteiramente coberta para que a poluição não se agrave.
« De cada vez que há vento forte, as poeiras vão distribuir-se pelos arredores, em Paris », afirma Annie Thébaud-Mony, investigadora em sociologia da saúde que diz que já foram registados níveis elevados de poluição no jardim do Luxemburgo.A câmara de Paris rejeita a solução de cobrir a catedral.No entanto, os residentes da zona foram aconselhados a fazerem limpezas aprofundadas das suas casas e duas escolas primárias foram fechadas por precaução antes das férias.Taxas de chumbo elevadas foram registadas à volta da Notre-Dame, mas também em bairros vizinhos, bem superiores aos níveis de referência que são de 5000 microgramas/m2. Uma Associação das famílias vítimas do saturnismo, a doença causada por intoxicação por chumbo no organismo, distribuiu um comunicado aos habitantes e comerciantes mas, no geral, as pessoas dizem confiar nas autoridades.
Em toda a zona à volta da Catedral há comércios, lojas, cafés e restaurantes que continuam a ser muito frequentados por franceses e turistas de todo o mundo. Os comerciantes dizem que nos dias que se seguiram ao incêndio havia muita poeira nas bancas, mas minimizam porque, dizem: « as consequências serão a longo prazo ».