Várias mulheres acusam candidato às presidenciais francesas Zemmour de assédio sexual
As oito mulheres que aceitaram falar e dar a cara nesta investigação descrevendo situações em que Éric Zemmour se aproveitou do seu estatuto para tentar intimidá-las ou forçá-las a ter relações sexuais com ele.
As agressões terão ocorrido entre 1999 e 2019, mas nenhuma destas mulheres apresentou queixa contra o agora candidato.
Algumas destas agressões terão ocorrido enquanto Zemmour era jornalista no jornal Le Figaro, mas também na televisão iTélé, canal que precedeu o canal de informação CNEWS, no qual o candidato trabalhou durante mais de uma década.
As vítimas eram maioritariamente jovens estagiárias, mas também rececionistas, maquilhadoras de televisão e outras mulheres com quem Zemmour se cruzou no âmbito do seu trabalho.
O ex-jornalista dizia que caso as jovens cedessem aos seus avanços, isso teria um impacto positivo nas suas carreiras.
Os autores da investigação tentaram contactar Éric Zemmour, mas no canal France 2 ainda em dezembro, o candidato disse que não fala da sua vida privada.
A sua campanha qualificou hoje a investigação como « patética ».
Éric Zemmour assume-se como misógino, tendo partilhado durante os seus mais de 30 anos de vida pública como jornalista, cronista e comentador político as suas opiniões sobre as mulheres e o feminismo.
Segundo o agora candidato às eleições presidenciais, a maior parte das mulheres ascendeu na política por envolvimento com antigos presidentes e não por mérito.
Para Zemmour, as mulheres « não exprimem poder », as que são jornalistas « dormem » com políticos para obter informações e « os grandes génios são homens ».