A seleção portuguesa de râguebi fez três ensaios frente à África do Sul, bicampeã mundial, mas saiu de Bloemfontein derrotada por 64-21, resultado que, embora pesado, não retira brilhantismo à exibição dos ‘lobos’.
Frente ao líder do ranking mundial, Portugal (15.º) mostrou valor para competir olhos nos olhos contra qualquer equipa, o que fez desde o primeiro minuto frente aos ‘springboks’, atitude que lhe rendeu ensaios de José Paiva dos Santos (11, 60) e José Madeira (75), transformados por Joris Moura (12) e Domingos Cabral (61, 76).
Jan-Hendrik Wessels (14), Phepsi Buthelezi (18), Kurt-Lee Arendse (25), Ben-Jason Dixon (27), Lukhanyo Am (39), Makazole Mapimpi (49, 57, 80), Quan Horn (65) e Andre-Hugo Venter (69) fizeram os toques de meta dos ‘springboks’, transformados por Mannie Libbock (26, 40) e Sacha Feinberg-Mngomezulu (50, 58, 65, 70, 80+1).
Não está em causa a evidente superioridade dos sul-africanos, mesmo reduzidos a 14 jogadores desde o terceiro minuto do encontro da ‘janela’ oficial de testes da World Rugby, após cartão amarelo visto Andre Esterhuizen (03), posteriormente agravado para vermelho pelo assistente do videoárbitro.
Mas em 15 jogos disputados após uma derrota com a Nova Zelândia (35-20), há um ano, ainda antes do Mundial, quando encaixaram quatro ensaios, os ‘springboks’ só sofreram três toques de meta da França (vitória por 29-28 nos quartos de final do França2023), da Irlanda (vitória por 27-20 há duas semanas) e de Portugal.
Com os adeptos portugueses a rivalizarem em quantidade com os da casa entre os 42.626 espetadores no Free State Stadium, os ‘lobos’ dominaram os primeiros 10 minutos, enquanto foram conseguindo manter a posse de bola no meio campo sul-africano, e estiveram a vencer por 7-0 após ensaio de José Paiva dos Santos.
Já reduzidos a 14 elementos, a reação dos bicampeões mundiais resultou em cinco ensaios ainda antes do intervalo, onde chegaram a vencer por 29-7, após um período em que Portugal pareceu, nalguns momentos, desorganizar-se e não ser capaz de voltar a incomodar.
Mas a equipa orientada pelo neozelandês Simon Mannix voltou do descanso mais organizada na defesa e disposta a responder com ataques rápidos a partir de qualquer zona do campo, aproveitando a velocidade dos três de trás, onde particularmente José Paiva dos Santos e Simão Bento estiveram em destaque.
Paiva dos Santos, que saiu do banco aos 03 minutos para render José Lima, lesionado no lance que resultou na expulsão de Esterhuizen, fez o segundo ensaio de Portugal e da sua conta pessoal, além de conquistar a vantagem que permitiu aos ‘lobos’ arriscar o ‘cross-kick’ que ‘desmontou’ a defesa sul-africana no toque de meta de José Madeira.
Portugal sofreu muito no combate de avançados, como seria de esperar frente a um dos ‘packs’ mais poderosos do mundo, e pagou-o não só no resultado final, como também fisicamente, com vários jogadores a saírem com queixas.
Mas voltou a ‘gritar’ por mais oportunidades de enfrentar adversários do ‘tier 1’. O próximo é em novembro, quando visitar a Escócia, em Murrayfield.
Com Agência Lusa.