Reino Unido. Violência provocada pela extrema-direita alastra no país

Protestos violentos no Reino Unido atingem Plymouth

 

Os protestos violentos que abalam o Reino Unido estenderam-se na segunda-feira à cidade de Plymouth, no sudoeste, com a polícia local a relatar violência contra agentes, danos numa viatura policial e detenções.

Imagens transmitidas pela estação televisiva Sky News mostraram confrontos entre elementos da extrema-direita e contra manifestantes na maior cidade do condado de Devon.

Os dois grupos foram separados e mantidos separados por linhas da polícia de choque britânica.

Os manifestantes atacaram-se atirando pedras e engenhos pirotécnicos, ainda de acordo com a Sky News.

Vários polícias ficaram feridos e uma carrinha da polícia foi danificada.

Na rede social X, a polícia local realçou na segunda-feira à noite que estavam em curso detenções.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu na segunda-feira uma resposta firme para pôr fim à violência de extrema-direita que se espalhou pelo Reino Unido durante o fim de semana.

Starmer pediu condenações rápidas e o envio de polícias especializados para travar as manifestações que decorrerem uma semana depois do ataque com faca que matou três meninas, incluindo uma lusodescendente, no noroeste de Inglaterra, que gerou especulações sobre a origem do suspeito.

A polícia realizou mais de 378 detenções desde o início dos confrontos, segundo a NPCC, uma organização que reúne chefes de diferentes forças policiais de todo o país.

No final de uma reunião de crise em Downing Street, o chefe do governo trabalhista anunciou a mobilização de um ‘exército’ de reserva de polícias especializados para lidar com os confrontos, sem mais pormenores.

No poder há um mês, Keir Starmer sublinhou que a sua prioridade absoluta é pôr fim à desordem e apelou para que “as sanções penais sejam rápidas”.

Motins eclodiram em Southport um dia após o esfaqueamento na cidade costeira, após rumores infundados e desmentidos sobre a religião e origem do suspeito de 17 anos, Axel Rudakubana, acusado de homicídio e tentativa de homicídio.

De acordo com dados das autoridades, sabe-se apenas que nasceu no País de Gales, com relatos dos ‘media’ a referirem que os seus pais são naturais do Ruanda.

Depois de vários dias de confrontos, nomeadamente em Liverpool (noroeste), em Belfast (Irlanda do Norte) ou mesmo em Bristol (sudoeste), estas manifestações, sob o lema « Basta, já é suficiente », em referência à chegada ao Reino Unido de migrantes que atravessavam o Canal da Mancha em barcos de borracha, foram marcados pela violência contra dois hotéis que acolhem requerentes de asilo.

Em Rotherham (norte), mais de 700 pessoas, segundo a polícia, juntaram-se, partiram janelas do estabelecimento e provocaram um incêndio. Doze polícias ficaram feridos.

Em Tamworth, perto de Birmingham (centro), um hotel foi alvo de agressores que “partiram janelas, acenderam fogueiras e atacaram a polícia”, segundo a força policial.

A polícia responsabiliziou a Liga de Defesa Inglesa, um pequeno grupo de extrema-direita criado há 15 anos, que formalmente deixou de existir, mas cuja rede permanece ativa e cujas ações anti-imigração têm sido muitas vezes pautadas por excessos.

Alfa/ com Lusa

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