Tumultos urbanos/Lisboa. Vítima mortal não tinha faca na mão quando foi abatida pela Polícia

Uma viatura arde no bairro do Casal da Mira, Amadora em protestos em reação à morte de um homem por um agente da polícia na segunda-feira, na Amadora, 23 de outubro de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Alfa/ Lisboa

Violência urbana na zona de Lisboa, incluindo na margem sul do rio Tejo, continuou durante a noite de 4ª para 5ª feira, mas com menos intensidade do que nas duas noites anteriores. Entretanto vídeos demonstram que a vítima mortal, Odair Moniz, de 43 anos, não estava de faca em punho quando foi abatida a tiro por um jovem agente da PSP, que já foi constituído arguido e interrogado pela Polícia Judiciária. O canal televisivo, TVI e o jornal Expresso indicam que o próprio agente que matou Odair na madrugada de 2ª feira negou à PJ ter sido ameaçado com uma faca, contrariando a versão oficial da polícia.

Segundo o Jornal de Notícias, uma arma branca foi apreendida a Odair Moniz, mas no interior de uma bolsa da vítima que, segundo esta fonte, tinha ficha criminal por roubos à mão armada e tráfico de droga.

De acordo com a agência Lusa, verificaram-se durante a última noite incidentes, com tumultos, incêndios e mesmo disparos, nos distritos de Lisboa e Setúbal, nomeadamente em Queluz (concelho de Sintra), Alfragide (Amadora), Camarate (Loures), Carcavelos (Cascais), Carnide (Lisboa), Mina de Água (Amadora), Corroios (Seixal), Caparica (Almada) e Moita.

Há também registos de novos tumultos, divulgados pelas televisões, na Pontinha, Massamá e Santo António dos Cavaleiros.

Dois autocarros e sete veículos foram incendiados, no total, na noite de quarta-feira, em várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa, disse à Lusa fonte da polícia.

O último autocarro incendiado foi registado na Arrentela, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal, indicou a mesma fonte.

 

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