Os agentes do sector público mobilizam-se na quinta-feira para um dia de acção e greve a pedido dos sindicatos, ameaçando abrir uma nova ‘fratura’ social no meio de uma crise política, enquanto o governo está em suspensão.
Depois dos ferroviários e agricultores, o executivo prepara-se para um novo aviso de tempestade social no centro de uma semana de alto risco dada a incerteza política face a uma moção de censura apresentada pela esquerda e que o RN anunciou o voto.
Estão previstas várias dezenas de comícios em França na quinta-feira, a pedido de um movimento intersindical, especialmente em Paris.
Na capital, o encontro realiza-se junto ao Ministério da Economia e Finanças ao início da tarde, de onde um cortejo deverá chegar à Place d’Italie.
Segundo o site da UNSA, um dos sindicatos, foram registadas cerca de meia centena de reuniões em França.
Mais de sete meses depois do último movimento social – pouco seguido – de funcionários públicos, “iniciámos na quinta-feira algo muito maior”, garante Luc Farré, secretário-geral da função pública da UNSA, cuja organização decidiu em meados de Novembro não mais sentar-se para conversar com os“órgãos de diálogo social presididos pelo ministro”.
A hipótese de censura governamental até quinta-feira “não mudaria nada para a manifestação e para a greve”, porque “se o governo cair, e isso ficar sujeito a reservas, isso vai permitir-nos mostrar determinação para o próximo governo para que os agentes não sejam sacrificados », estimou Gaëlle Martinez, secretária-geral do ‘Solidaires fonction publique’.
A mobilização de quinta-feira deverá permitir “tomar uma ação forte” após “evidências de hostilidade à função pública”, acredita Benoît Teste, secretário-geral da função pública da FSU.
O setor hospitalar também estará mobilizado, setor que já tinha colocado um pré-aviso de greve no final de outubro, para protestar contra o orçamento do governo.