BES/GES: Passos Coelho espera que processo acabe « sem que culpa morra solteira »

O antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, fala aos jornalistas à saída do Tribunal Criminal de Lisboa onde foi ouvido como testemunha no processo principal do colapso do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES), no Campus da Justiça, em Lisboa, 11 de fevereiro de 2025. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse hoje esperar que o processo criminal do colapso, em 2014, do Banco Espírito Santo (BES) e Grupo Espírito Santo (GES) termine « sem que a culpa morra solteira ».

« Saberemos no fim do julgamento o que é que se prova em matéria de gestão do próprio banco. Certamente que houve responsabilidade que há de ser apurada e, como qualquer cidadão interessado, espero que o processo possa concluir sem que a culpa morra solteira », afirmou o chefe de Governo à data da resolução do BES.

Pedro Passos Coelho falava à saída do Tribunal Central Criminal de Lisboa, onde foi ouvido hoje de manhã como testemunha no julgamento do processo principal da falência do BES/GES.

« Não me sinto responsável pelo que se passou no Banco Espírito Santo. Não tinha responsabilidades no Banco Espírito Santo », sublinhou, sustentando que agiu « de acordo com a interpretação » que fez do que era « o interesse coletivo » e do Estado.

« Creio que, […] e é a minha apreciação, quer o Banco de Portugal, no essencial, quer o Governo procederam, em face daquela circunstância, de modo a defender o melhor possível o interesse público », insistiu.

O processo conta atualmente com 18 arguidos, incluindo o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, de 80 anos e diagnosticado com a doença de Alzheimer.

Ricardo Salgado responde por cerca de 60 crimes, incluindo um de associação criminosa e vários de corrupção ativa no setor privado e de burla qualificada.

O Ministério Público estima que os atos alegadamente praticados entre 2009 e 2014 pelos 18 arguidos, ex-quadros do BES e de outras entidades do GES, tenham causado prejuízos de 11,8 mil milhões de euros ao banco e ao grupo.

O julgamento começou em 30 de outubro de 2024.

 

Com Agência Lusa.

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