Santa Casa da Misericórdia de Paris apela a solidariedade para manter instalações

A Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP) apelou aos empresários franco-portugueses e às autoridades portuguesas para ajudarem a manter as instalações na capital francesa, que podem perder no final de março, e continuar a ajudar a comunidade.

A Santa Casa da Misericórdia de Paris está a enfrentar dificuldades em termos de locais, porque, em princípio, a Câmara de Comércio anulou o subarrendamento que tinha com a Santa Casa e com outras estruturas junto da Câmara de Paris”, disse à Lusa a provedora da SCMP, Ilda Nunes, a cumprir o seu segundo mandato.

Tendo dia 31 de março como data de saída do escritório nas instalações do segundo andar em Porte de Vanves, que dividia com outras associações, Ilda Nunes refere que neste momento estão “à procura de outros locais”, já que “a renda é consequente, para não dizer bastante alta” e teria de ficar apenas ao cargo da instituição onde é voluntária.

A Santa Casa da Misericórdia de Paris tem que continuar a funcionar, porque se não continuar a funcionar vai-se ver ainda mais a pobreza daquelas pessoas portuguesas que vêm pedir ajuda”, afirmou a provedora, apelando ainda “a todas as pessoas que tiverem locais para se dirigirem à Santa Casa e proporem”.

A SCMP ajuda a comunidade portuguesa e lusófona “em vários ramos”, prestando apoio a nível alimentar, psicológico, de isolamento, de ajuda com documentação relativa a reforma e segurança social, entre outros.

No mesmo dia, a Misericórdia de Paris assinou um protocolo com o presidente da Câmara de Comércio Franco-Portuguesa (CCIFP), no Consulado de Portugal em Paris, para facilitar integração profissional de portugueses em França, que enfrentam dificuldades relativas à língua que impedem de encontrar trabalho, algo que a CCIFP pode ajudar.

“Hoje assinámos um protocolo de acordo com a Câmara de Comércio porque nós recebemos pedidos de trabalho, pessoas que andam à procura de trabalho e, portanto, nós podemos apresentar essas pessoas à Câmara de Comércio para que a Câmara de Comércio contacte as empresas que são sócias e que essas pessoas adquiram um emprego”, afirmou.

Para a Cônsul-Geral, Mónica Lisboa, que presenciou “com orgulho” a assinatura do protocolo nos salões Eça de Queiroz do Consulado, este foi um “momento que marca a vontade de criar sinergias” entre as duas instituições relevantes em Portugal e França, mostrando a “união e unidade” na comunidade portuguesa na defesa dos seus concidadãos.

O Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, também fez questão de assinalar a data com uma receção na Embaixada em Paris para os participantes, onde expressou o seu apreço pela comunidade emigrante portuguesa e apelou à solidariedade.

A CCIFP, criada em 2006 com o objetivo de apoiar os acordos comerciais entre os dois países ao reunir uma rede de mais de 400 membros, parceiros económicos e institucionais de todos os setores, irá ajudar as pessoas que peçam ajuda à Santa Casa de Paris a encontrar trabalho, já que muitas das empresas com quem trabalham procuram mão-de-obra.

A SCMP foi fundada em 1994 por um grupo de portugueses preocupados com as dificuldades de alguns compatriotas e do agravamento da precariedade e, atualmente, presta “ajuda permanente”, com “permanência telefónica 24 horas por dia, 7 dias por semana”, segundo a provedora.

Rádio Alfa com LUSA

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