« Não podemos mostrar fraqueza ». Macron considera que Europa está « em confronto com a Rússia »

Emmanuel Macron (Foto Ilustração).

Na abertura da cimeira de chefes de Estado e de governo que se encontra a decorrer esta quarta-feira em Copenhaga, na Dinamarca, o presidente francês afirmou que a Europa se encontra « em confronto com a Rússia » e que « não deve mostrar fraqueza ».

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Em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Emmanuel Macron afirmou também que « subestimámos a Rússia » e nenhum cenário está excluído face às ameaças de Moscovo.

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Os líderes europeus estão reunidos, esta quarta-feira, para discutir a ajuda a Kiev, mas também para avançar no desenvolvimento da « Europa da Defesa ».  Segundo o presidente francês é necessário aumentar as capacidades de dissuasão da Europa: « é preciso dissuadir com capacidades de tiro de longo alcance, capacidades balísticas europeias e mais sistemas de defesa solar e anti-drones ».
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Face aos sucessivos ataques da Rússia e, em particular, a violação do espaço aéreo de vários países como a Dinamarca, Polónia ou Estónia, o presidente francês defende que a resposta europeia deve ser operacional.
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« Não devemos mostrar qualquer fraqueza e é preciso reiterar que qualquer pessoa que viole o espaço aéreo europeu está sujeita a represálias, porque é nosso direito », sublinhou Macron. 

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A Rússia é « há vários anos, um interveniente muito agressivo no nosso espaço informativo, nomeadamente no âmbito das eleições, que multiplica os ciberataques, que lançou uma guerra de agressão na Ucrânia, que utiliza a ameaça nuclear e que hoje provoca em espaços aéreos », explicou Macron, em declarações aos jornalistas.
« Nada está excluído »
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Em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o presidente francês afirmou que nada pode ser « excluído » em termos de resposta se um avião russo violar novamente o espaço aéreo: « De acordo com a doutrina da ambiguidade estratégica, posso dizer que nada está excluído”, afirmou.
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« Estamos a preparar-nos. Mas, durante muito tempo, subestimámos a Rússia. (…) Estamos permanentemente em confronto. Além do terrorismo, a Rússia é a maior ameaça estrutural para os europeus. », afirmou.
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Nesta entrevista, Emmanuel Macron anunciou estar a trabalhar na « atualização » da doutrina nuclear e que fará no início de 2026 um discurso « sobre a doutrina nuclear » francesa, cujo o país é o único na Europa, juntamente com o Reino Unido, a possuir a bomba atómica.
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« Estou atualmente a trabalhar na atualização da nossa doutrina e desejo continuar a aprofundar o nosso diálogo estratégico com os europeus que o desejarem. De qualquer forma, existe uma dimensão europeia desde 1962 », afirmou o chefe de Estado.
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Com RTP.
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