Autárquicas: imprensa destaca vitoria do PSD nas principais câmaras do país

Portuguese Prime Minister and President of the Social Democratic Party (PSD), Luís Montenegro (L), and celebrates with the candidate of the PSD Vila Nova de Gaia City Council, Luís Filipe Menezes (R), on election night for the local elections at party headquarters in Porto, Portugal, 13 October 2025. More than 9.3 million electors can vote in the local elections in Portugal on 12 October 2025. RUI MANUEL FARINHA/LUSA

A conquista pelo PSD, sozinho ou em coligação com várias forças, de vários câmaras, das cinco maiores do país, incluindo Lisboa e Porto, e os resultados aquém do esperado pelo Chega são destaque hoje nos editoriais dos jornais.

No editorial do Diário de Notícias (DN), assinado pelo diretor do jornal Filipe Alves, o destaque vai para cinco conclusões sobre as eleições autárquicas de domingo pela reconfiguração do mapa político e pelas tendências.

De acordo com Filipe Alves, a primeira conclusão é a de que o Governo da AD saiu reforçado, tendo conquistado sozinho ou em coligação com o CDS-PP e a Iniciativa Liberal o maior número de câmaras a nível nacional incluindo as maiores cinco do país: Lisboa, Porto, Gaia, Sintra e Cascais.

“A segunda conclusão é de que o PS deixou de ser o partido mais votado nas autárquicas, tendo perdido as batalhas cruciais em Lisboa e no Porto e visto perder o seu peso ao nível territorial”, escreve o diretor do DN.

Destaca ainda como terceira conclusão a de que o “Chega foi consagrado como uma força efetiva a nível autárquico, embora não tenha conseguido acabar com o bipartidarismo e não tenha obtido as dezenas de câmaras ambicionava” e a quarta, “a erosão da CDU, que durante décadas tem sido a terceira força a nível autárquico”.

A quinta e ultima conclusão destacada no editorial do DN diz respeito ao desaparecimento do Bloco de Esquerda como uma força efetiva a nível autárquico.

Por sua vez, o Jornal de Notícias (JN) destaca no editorial que o PSD foi o grande vencedor da noite eleitoral, pelo número de câmaras conquistadas, as vitórias de Carlos Moedas em Lisboa e Pedro Duarte no Porto e nos concelhos de Sintra, Cascais e Gaia.

Destacam também, que o PS foi relegado para o segundo lugar e a conquista pelo Chega de algumas presidências de câmaras, sendo a mais importante Albufeira, mas aquém das suas ambições.

No editorial do JN, é ainda destacado a perda dos comunistas de autarquias como Setúbal e Évora, a sobrevivência do CDS a nível nacional, “com a assistência do PSD” e a “grande vitória, que foi o aumento da participação eleitoral.

No editorial do Correio da Manhã (CM), assinado por Carlos Rodrigues, é destacado que “as notícias sobre o fim do bipartidarismo são claramente precipitadas”.

“Para os que pensavam que o poder do PSD e do PS fazia parte do passado, o resultado das autárquicas serve como prova da enorme resiliência dos dois maiores partidos, fundada essencialmente na implantação local”, é referido no editorial.

É destacado também que “André Ventura tem muito caminho pela frente para consolidar o carisma pessoal e amadurecê-lo em estruturas partidárias sólidas e duradouras”., referindo que o voto de domingo “acentuou também a necessidade de diálogo”.

No editorial do jornal Público, Manuel Carvalho destaca que o PS e o PSD continuam a ser as forças hegemónicas no terreno, realçando que o PSD aumentou o número de câmaras e consolidou a sua força nos maiores municípios do país e o resultado do Chega, que ficou aquém do esperado.

“A CDU e o CDS podem, em especial o CDS, dizer que a noite deste dia 12 foi feliz. O partido de Nuno Melo sobrevive na política nacional com o amparo do PSD, mas a nível local continua a revelar uma notável capacidade de resistência”, escreve Manuel Carvalho.

O Observador realça também hoje que as autárquicas reforçaram confiança no Governo, com PSD a tornar-se na maior força autárquica e o resultado aquém do Chega nas eleições de domingo.

Já o Expresso realça que “os sociais-democratas conquistaram mais 22 câmaras e os socialistas perderam 22”.

“Enquanto o PSD arrebatou as cinco grandes, o PS ganhou cinco capitais de distrito. Numa noite de derrota do PCP, o Chega ficou muito abaixo das expetativas, mas ganhou as suas primeiras três autarquias”, escreve o jornal.

Confira todos os resultados das Eleições Autárquicas 2025 Aqui***

 

Os resultados das eleições autárquicas de domingo resumidos números.

+++ PSD ganha 136 câmaras, sozinho e em coligações +++

O PSD, sozinho ou em coligações com várias forças, foi o partido com mais presidentes de câmara eleitos, 136. Com este resultado, conquista a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP).

+++ PS passou a segundo partido, com 128 câmaras +++

O PS era, desde 2021, o primeiro partido autárquico, mas perdeu esse lugar nas eleições de domingo. Sozinho, o PS conquistou 126 câmaras. E conseguiu mais duas em coligação com o Livre e PAN.

+++ 20 câmaras para os grupos de cidadãos +++

Os Grupos de Cidadãos conseguiram a presidência de 20 câmaras, mais uma do que 2021.

+++ CDU com 12 câmaras e o pior resultado de sempre +++

A CDU obteve o seu pior resultado de sempre. Conquistou apenas 12 câmaras municipais e perdeu as duas capitais de distrito que detinha – Évora e Setúbal.

+++ Chega consegue três câmaras +++

Depois de ter sido o segundo partido nas legislativas de maio, o Chega conseguiu eleger três presidentes de câmara – São Vicente (Madeira), Albufeira (Algarve) e no Entroncamento (distrito de Santarém). Teve pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas tinha atingido 1,4 milhões de votos.

+++ CDS continua 4.º partido autárquico com seis câmaras +++

O CDS-PP continua a ser o quarto partido com mais presidentes de câmaras, seis eleitos em listas próprias e mais um em coligação com o PSD. O CDS concorreu sozinho a 43 câmaras municipais e em coligação com o PSD, parceiro de governo, e outros partidos em cerca de 150 municípios.

+++ PSD, sozinho e em coligação, à frente de seis dos dez concelhos mais populosos +++

Coligações que juntaram o PSD, CDS-PP e outros partidos ficaram à frente em seis dos 10 maiores concelhos em número de habitantes – Lisboa, Sintra, Porto, Vila Nova de Gaia, Cascais e Braga. O PS ganhou os restantes: Loures, Almada, Amadora e Matosinhos.

+++ Abstenção de 40,74% +++

A abstenção nas eleições autárquicas de domingo cifrou-se em 40,74%, segundo dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna. Foi a mais baixa desde 2005, mais de cinco pontos percentuais abaixo da registada há quatro anos.

Com Agência Lusa.

Article précédentPSD voltou a ser “maior partido do poder local”
Article suivantTrump pede paz sustentada em Gaza e um perdão a Netanyahu