Ex-Presidente francês Nicolas Sarkozy na prisão de La Santé, Paris

Nicolas Sarkozy foi definitivamente condenado a um ano de prisão, com seis meses de pena suspensa pelo financiamento ilegal da campanha de reeleição em 2012.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy chegou à prisão de La Santé, em Paris, para cumprir a pena de cinco anos. O antigo chefe de Estado foi condenado por associação criminosa no caso do financiamento líbio da sua campanha presidencial de 2007, por ter recebido fundos do regime de Muammar Kadhafi.

Nicolas Sarkozy chegou à prisão pelas 09:40 (08:40 em Lisboa).

À saída de casa, o ex-presidente disse que « a verdade vai triunfar ».

Sarkozy, 70 anos, é o primeiro ex-chefe de Estado da História de França a ser preso e deve ser colocado numa ala especial da cadeia de La Santé, numa das 15 celas de nove metros quadrados da unidade de confinamento solitário.

Desta forma, Nicolas Sarkozy vai evitar qualquer contacto com outros reclusos, garantindo a segurança pessoas e impedindo qualquer fotografia não autorizada captada através de telemóveis.

Sarkozy foi o 23.º Presidente de França tendo ocupado o cargo entre 2007 e 2012.

De acordo com a edição de hoje do jornal Le Figaro, Sarkozy reuniu-se na passada sexta-feira com o atual chefe de Estado, Emmanuel Macron.

A notícia cita fontes da presidência francesa.

O antigo chefe de Estado foi considerado culpado por ter permitido que dois conselheiros do Ministério do Interior (equivalente ao Ministério da Administração Interna) iniciassem negociações em Tripoli com o objetivo de financiar secretamente a campanha presidencial de 2007.

Os advogados de Nicolas Sarkozy devem apresentar um pedido de libertação do ex-presidente que recorreu da sentença, logo que entre na prisão. A sentença, recorde-se, foi decretada no passado dia 25 de setembro.

Antes de entrar na cadeia de La Santé, Nicolas Sarkozy reiterou que está inocente e que a verdade vai triunfar. Através de uma mensagem nas redes sociais e que foi divulgada momentos antes de entrar na prisão de Paris, o antigo presidente disse que está « a ser fechado » na cadeia.

Por outro lado, Sarkozy escreveu ainda que sente « profunda tristeza pela França, que se vê humilhada pela expressão de uma vingança que elevou o ódio a um nível sem precedentes ». Acrescentou ainda que o « preço a pagar é esmagador », mas não especificou o teor da declaração.

Ao jornal La Tribune, no domingo, Sarkozy garantiu que não tem medo de ir preso e que vai manter a cabeça erguida. Embora vá cumprir a pena detido numa cadeia, terá condições especiais na prisão, como ter uma sela própria com uma cama, casa de banho com duche, um frigorífico, uma secretária e luz durante a noite.

 

Com Agência Lusa, RTP, La Tribune, Le Figaro e BFMTV.

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