Investigação da PJ ao grupo Altice leva a buscas em França

investigação da Polícia Judiciária portuguesa ao grupo Altice conduziu a uma investigação em França.

Uma investigação da Polícia Judiciária portuguesa ao grupo Altice conduziu a uma investigação em França.

Esta terça-feira, mais de 70 investigadores franceses fizeram várias buscas em simultâneo, visando 15 residências e 14 empresas localizadas em várias regiões do país.

Cerca de 30 casas e empresas em França foram alvo de buscas esta terça-feira, no âmbito de uma investigação de corrupção contra o grupo Altice, segundo anunciou o procurador financeiro francês Jean-François Bohnert.

« Esta ação coordenada teve como objetivo recuperar provas úteis para a investigação em curso », enfatizou o responsável da Procuradoria Nacional Financeira em comunicado, especificando que « mais de 14 milhões de euros » foram apreendidos em contas bancárias, « bem como veículos e bens de luxo ».

Fonte ouvida pela RTP admite que estas buscas complexas fazem parte de um inquérito aberto em setembro de 2023, devido a suspeitas de corrupção privada, fraude organizada e branqueamento de capitais organizado e ocultação destes crimes em detrimento da Altice.

Esta investigação é consequência da Operação Picoas que arrancou em Portugal no verão de 2023 e que resultou na detenção e posterior constituição como arguido do cofundador da empresa, Armando Pereira, também sócio e amigo de Patrick Drahi, maior acionista do grupo em França.

A investigação Picoas, em Portugal fez alastrar o escrutínio sobre a multinacional francesa em várias localidades, desde Paris, passando pela Córsega e pelas regiões do Var e de Vosges.

Desde 2023 já foram despedidos mais de 15 funcionários da Altice França.

A investigação, conduzida pelo Ministério Público Financeiro francês, tem como alvo um alegado esquema financeiro em torno da Altice, que terá lesado o Estado francês e o grupo empresarial em centenas de milhões de euros, segundo admite a justiça francesa em comunicado.

Este esquema complexo baseava-se numa rede de empresas de fachada interpostas entre a Altice e determinados fornecedores, permitindo a sobrefaturação de serviços e bens. Os fundos assim obtidos terão então alimentado mecanismos de branqueamento de capitais envolvendo entidades sediadas em França e no estrangeiro, beneficiando os principais mentores deste sistema.

A operação foi realizada com o apoio da Agência Europeia para a Cooperação Judiciária Penal (Eurojust), no âmbito da cooperação judiciária europeia, graças a uma equipa de investigação conjunta formada pelas autoridades francesas e portuguesas, lê-se no mesmo comunicado.

 

Com RTP/Lusa/BFMTV.

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