
Assinalou-se esta terça-feira, na Assembleia da República, o cinquentenário do 25 de Novembro, numa sessão que igualou aquela que, em 2024, comemorou os 50 anos do 25 de Abril.
A esquerda condenou as celebrações, enquanto a direita destacou a data como « ponto de partida real para a democracia ».
Na sua última intervenção na Assembleia da República enquanto presidente, Marcelo Rebelo de Sousa quis falar dos portugueses e de Portugal.
O presidente considerou que “não somos perfeitos, cometemos erros, que o eram na altura e outros só o são ou são sobretudo à luz das ideias de hoje, mas prosseguimos um caminho que fez de nós um país multicultural, uma pátria aberta ao mundo e nele muito prestigiado”.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou que a temperança, o equilíbrio, a sensatez, a moderação dos portugueses no 25 de Novembro talvez tenham sido mais evidentes “do que em tantos lances durante a Revolução”.
Marcelo Rebelo de Sousa também discursou na cerimónia na Praça do Comércio, relembrando que, sem Abril de 1974, não teria havido Novembro de 1975.
Frisou ainda que, sem Novembro de 1975, “não teria havido a Constituição de 1976”.
O presidente da República invocou os valores da liberdade, da democracia e do Estado de Direito, assim como “as virtudes militares da camaradagem, da disciplina, do espírito de sacrifício, da lealdade, do sentido de missão e do patriotismo que fizeram e fazem a grandeza de Portugal”.
O presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, disse dispensar “o exercício de comparação de datas”. “Sou de Abril, sou de Novembro, sou hoje e sempre da democracia representativa”, asseverou, afirmando que “Abril abriu a porta da liberdade e Novembro garantiu que essa liberdade tinha chão firme para caminhar”.