
A produção de Perrier está novamente perturbada após a descoberta de bactérias em duas captações. Milhões de garrafas estão bloqueadas e o futuro do sítio de Vergèze (Gard) preocupa os habitantes, numa altura em que a marca atravessa uma série de crises que fragilizam a sua denominação e a sua imagem.
No dia 3 de dezembro, era difícil aproximar-se da fábrica Perrier. A marca não deseja alongar-se sobre as revelações dos nossos colegas da Radio France. A interrupção da produção em duas captações, nomeadamente, deve-se à presença de bactérias. Por precaução, 4 milhões de garrafas estão, por agora, bloqueadas na fábrica. Uma fábrica que dá trabalho a um milhar de pessoas na aldeia vizinha. Este novo episódio suscita preocupações quanto ao futuro do sítio.
“Isso vai pôr mais mil pessoas no desemprego”, lamenta um morador. Sentimento partilhado por outra: “Mesmo aqueles que não trabalham na Perrier têm alguém na família que trabalhou na Perrier. E se já não houver nada, o que fazemos? É uma aldeia que morre.”
Em Vergèze (Gard), a Perrier continua a ser um símbolo, apesar das convulsões que fragilizam a marca há vários meses. Primeiro, a revelação do uso de filtros, proibidos para beneficiar da designação “água mineral natural”. Desde que alguns desses filtros foram retirados, as contaminações por bactérias multiplicaram-se: vinte e sete episódios sinalizados desde o mês de maio.
No entanto, os habitantes de Vergèze mantêm a sua confiança na marca. “Até agora, a água não apresentou perigo. Enfim, a água que estava à venda, pelo menos, não apresentou perigo. E isso parece-me o essencial”, conta uma moradora. “Os mais velhos bebem água Perrier há 30 ou 40 anos. Ainda estão vivos, até os reformados”, sublinha outro.
A Nestlé Waters, proprietária da Perrier, afirma que a sua água pode ser bebida em total segurança, mesmo que tenham sido detetadas bactérias. Num comunicado, a marca precisa: “As análises de verificação realizadas posteriormente afastaram qualquer contaminação. Após uma suspensão temporária, a produção foi retomada de acordo com os contactos com a ARS, a Agência Regional de Saúde.”
Poderá a exploração da nascente Perrier prosseguir? Sob que denominação? O prefeito do Gard deverá decidir até ao final do ano.
Rádio Alfa com France Info