Acompanhado pelo presidente francês, num encontro com os cidadãos, o primeiro-ministro defendeu que a Europa só pode cumprir crescentes responsabilidades se possuir meios orçamentais compatíveis.
António Costa assumiu esta posição na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, numa conferência sobre o futuro da Europa, intitulada « Encontro com os cidadãos », com a participação do Presidente da República de França, Emmanuel Macron, que começou com mais de meia hora de atraso.
Na sua intervenção inicial, com cerca de sete minutos, o líder do executivo nacional falou das « angústias » e « medos » manifestados por cidadãos europeus em relação a fenómenos como o terrorismo, a ameaça ao modelo social em consequência da globalização ou da digitalização.
Depois, António Costa deixou uma crítica à resposta preconizada pela corrente liberal, que tem colocado entraves à expansão de uma política orçamental europeia.
« A Europa não pode querer ter mais defesa, mais segurança interna e inovação com menos recursos. A resposta que temos a dar aos liberais é que, se queremos cumprir aquilo que prometemos aos europeus, temos de pôr no orçamento da Europa aquilo de que a Europa necessita », defendeu o primeiro-ministro, antes de deixar um novo recado a alguns Estados-membros da zona euro.
« Não há moeda única sem capacidade orçamental comum », sustentou António Costa, tendo ao seu lado o chefe de Estado francês.
Alfa/Lusa