O número de portugueses no Luxemburgo que vão passar a estar recenseados para votar em eleições nacionais vai aumentar de 2.163 para 55.998, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.
« São mais 53 mil portugueses que vão poder votar no Luxemburgo », sublinhou o secretário de Estado, apelando à participação política.
« A força política dos portugueses no estrangeiro será tanto maior quanto maior for a sua participação », defendeu José Luís Carneiro, que esteve hoje no Luxemburgo para mais uma sessão de esclarecimento « Diálogos com as Comunidades », organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, dirigida às comunidades portuguesas em diferentes países, acerca das recentes alterações às leis eleitorais.
As novas leis eleitorais consagram o recenseamento automático e não obrigatório dos portugueses no estrangeiro, a possibilidade de os duplos nacionais poderem concorrer à Assembleia da República nas eleições legislativas e o porte pago ao voto por correspondência nas legislativas, entre outras alterações.
Desde a entrada em vigor das novas leis, em 14 de agosto, os portugueses residentes no estrangeiro passaram a ser recenseados automaticamente com base na morada constante no cartão de cidadão, o que até aqui só acontecia com os residentes no território nacional.
No total, o número de portugueses que vai passar a estar recenseado sobe de 318 mil para um milhão e 140 mil portugueses, alargando também o número de países abrangidos de 84 para 192.
Quase metade dos portugueses que vão passar a estar abrangidos pelo recenseamento automático está em França (que sobe de 56.725 eleitores para 406.235) e Brasil (com 216.374 eleitores, quase duplicando o número de inscritos, que era anteriormente de 127.194).
Suíça (que sobe de 11.670 para 147.760 eleitores), Reino Unido (de 2.973 para 112.039) e Alemanha (de 18.433 para 80.386) são os países que se seguem, sendo que 66% dos portugueses recenseados com o novo sistema se concentram na Europa, de acordo com dados divulgados durante o encontro.
José Luís Carneiro ressalvou, no entanto, que estes números « podem diminuir em função daqueles que comuniquem não querer integrar o recenseamento », já que, depois de serem avisados de que fazem parte das listas, os portugueses têm « 30 dias para se pronunciarem », podendo pedir para o seu nome ser retirado.
A sessão de esclarecimento no Centro Cultural Português no Luxemburgo contou com cerca de 50 pessoas, incluindo dirigentes associativos, e muitos aproveitaram o encontro para apresentar ao secretário de Estado queixas sobre outros problemas, incluindo no ensino e no Consulado.
Entre as queixas que José Luís Carneiro prometeu transmitir está o pedido feito pelo conselheiro das Comunidades do Luxemburgo, João Verdades, de manter abertos os balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) no país, que deverão encerrar até final de novembro.
« Essa não é uma capacidade minha, é uma responsabilidade da administração da Caixa, mas transmitirei às autoridades nacionais e ao Ministério das Finanças a preocupação daqueles que aqui vivem », disse.
A CGD vai fechar as duas agências que tem no Luxemburgo, uma decisão que afeta 23 trabalhadores, segundo informação avançada em 26 de julho num comunicado conjunto do sindicato bancário do Luxemburgo (Aleba) e das centrais sindicais OGB-L e LCGB.
No Luxemburgo, o banco tem como clientes « cerca de 5% da população portuguesa aí residente, dos quais 40% são igualmente clientes em Portugal », segundo a nota.
Alfa/Lusa.