Governo admite base aérea de Monte Real como aeroporto civil
« O governo assume pela primeira vez, em público, a possibilidade de a base aérea de Monte Real poder vir a ser utilizada como aeroporto civil para passageiros », escreve o JE.
Eis a notícia, importante para Leiria e toda a região centro:
O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, surpreendeu, ao emitir um comunicado esta quinta-feira ao final do dia, reveland0 a ocorrência de uma reunião sobre a possibilidade de utilização civil da Base de Monte Real. Ou seja, sobre a possibilidade de essa infraestrutura passar a ser utilizada como um aeroporto para o tráfego de passageiros.
“Representantes dos ministérios da Defesa Nacional e do Planeamento e Infraestruturas reuniram-se com o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Leiria, com o qual fizeram um ponto de situação relativo ao estudo sobre a utilização civil da Base Aérea de Monte Real”, adianta a nota do ministério liderado por Pedro Marques.
O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas acrescenta apenas que, “em julho de 2018, a CIM da Região de Leiria entregou ao Governo um estudo sobre a utilização civil da Base Aérea de Monte Real, tendo os ministérios da Defesa Nacional e do Planeamento e Infraestruturas assumido o compromisso de analisar o documento, em articulação com as estruturas intermunicipais”.
Desde essa altura, o Jornal Económico tentou várias vezes obter um comentário do ministério liderado por Pedro Marques, sem qualquer resultado prático. Aliás, o assunto foi desvalorizado pelos responsáveis do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas nesses diversos contactos.
O PNI – Plano Nacional de Investimentos 2030, recentemente apresentado pelo Governo, e agora em em discussão na Assembleia da República, não contempla qualquer possibilidade de investimento na base aérea de Monte Real e na sua transformação em aeroporto civil.
Em julho de 2018, os responsáveis da CIM da Região de Leiria, incluindo diversos autarcas, consideraram que esta era a melhor solução para complementar a oferta do aeroporto da Portela, em detrimento do Montijo.
A transformação da base aérea do Montijo em aeroporto civil complementar ao aeroporto Humberto Delgado foi a opção escolhida pelo Governo, mas as vozes discordantes estão a subir de tom, e ainda falta a aprovação, incontornável, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente para que este empreendimento possa seguir em frente.
Esta semana ocorreu um acidente entre um avião da Força Aérea e uma ave no estuário do Tejo, sublinhando alguns dos obstáculos que os ambientalistas apontam para esta localização do aeroporto complementar à Portela.