O programa “Praia Acessível – Praia para Todos”, que tem atribuído um número crescente de distinções, galardoou hoje a praia da Nazaré como a mais acessível de 2018.
Em execução desde 2005, este programa, que investe na acessibilidade das zonas balneares portuguesas para pessoas com mobilidade condicionada, é uma parceria entre o Instituto Nacional para a Reabilitação, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Turismo de Portugal.
Presente na entrega dos prémios e na apresentação da edição deste ano, na Bolsa de Turismo de Lisboa, a secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, informou que as praias com o atributo de praia acessível passaram de 34 para 212, entre 2017 e 2018, “número que se espera que continue a aumentar” e que “leve a uma percentagem cada vez maior de praias a concorrer”.
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, sublinhou que este é “um programa de grande interesse para todos”, porque “cada vez mais cidadãos recorrem a praias costeiras e fluviais com conforto e segurança”.
“Nos próximos anos vamos encarar a acessibilidade às praias de uma forma muito mais transversal porque os apoios vão ser cada vez mais e com melhores equipamentos”, indicou.
Os prémios « Praia + Acessível », anualmente entregues aos municípios que criaram condições de acessibilidade às praias e que foram consideradas de referência por um júri, distinguiram, além da Nazaré, no distrito de Leiria (primeiro lugar), a praia fluvial de Monsaraz, no distrito de Évora (segundo lugar).
Os prémios foram entregues pelas governantes ao presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, e ao vereador Orlando Rodrigues, da Câmara da Nazaré.
Orlando Rodrigues atribuiu este galardão “às pessoas” e sublinhou tratar-se de um projeto “para todos”.
Candidata pela primeira vez em 2009, a praia de Nazaré, a primeira pública com esta certificação, conta com “indicações para pessoas invisuais e 11 rampas para pessoas com mobilidade reduzida”, além das usuais cadeiras anfíbias, referiu o vereador.
José Calixto destacou as melhorias do programa municipal que começou em 2017 e permitiu criar a praia de Monsaraz com acessibilidades, referindo a importância deste investimento, com 30% de financiamento público, no turismo do interior.
A praia de Monsaraz, concorrente pela segunda vez, “aumentou para 100.000 o número de pessoas a visitar o município”.
“É algo que veio prolongar a estadia de quem nos visita”, salientou o presidente da Câmara.
No âmbito da apresentação do programa “Praia Acessível”, decorreu o debate “Mesa Redonda”, no qual o surfista Nuno Vitorino, fundador da SURFaddict – Associação Portuguesa de Surf Adaptado, deu o seu testemunho, frisando que o maior desafio é “o acesso às praias”.
A diretora do Turismo de Portugal, Teresa Ferreira, explicou também que o turismo acessível no país “é um tema de grande valor, tendo em conta o seu posicionamento a nível global”: “É preciso falar destes assuntos e cautelar porque quem nos visita não deve ter dificuldades neste aspeto.”
Já o José Pimenta Machado, representante da APA, referiu o esforço conjunto que existe em prol do programa “Praia Acessível”, destacando que a APA, à qual compete fiscalizar, licenciar e verificar as condições das praias, se encontra “de corpo e alma nisto”.
O presidente do Instituto Nacional de Reabilitação, Humberto Santos, terminou o debate valorizando o apoio das tutelas do Estado e salientando que “à medida que se promove mais consciência pública e cidadania, as pessoas vão ter cada vez mais estímulo para melhorar e mudar.”
A sessão foi encerrada pela secretária de Estado do Turismo, que referiu que, apesar de ainda haver muito para fazer, Portugal já está “a um pouco mais de meio caminho, com mais de dois terços das praias em Portugal com Bandeira Azul”.
“Se hoje Portugal está a ser cada vez mais para todos é porque é coeso e preocupado na promoção da igualdade”, afirmou Ana Mendes Godinho.
Alfa/Lusa.