Líder indígena morto a tiro no Brasil em alegada emboscada de madeireiros. Dois mortos
Dois membros da tribo Guajajara foram mortos na sexta-feira à noite durante uma emboscada alegadamente feita por madeireiros armados, na Amazónia brasileira, divulgou hoje a Secretaria de Direitos Humanos do Governo do Maranhão e a imprensa local.
Entre os mortos está Paulo Paulino Guajajara, um dos denominados « Guardiões da Floresta », um grupo de indígenas dedicado a proteger a floresta amazónica da destruição ambiental.
Outro líder da tribo Guajajara, Laércio Souza Silva, ficou ferido e um madeireiro está desaparecido, acrescentou aquele organismo do governo do estado do Maranhão, no nordeste do país.
Segundo a versão da tribo, « o confronto partiu de uma emboscada » no município de Bom Jesus das Selvas.
« Os guardiões Paulino e Laércio haviam se afastado da aldeia para buscar água quando foram cercados por pelo menos cinco homens armados » que terão disparado contra os indígenas, lê-se numa mensagem da Secretaria divulgada na rede social Twitter.
Membros do programa de proteção dos defensores dos direitos humanos e equipas de segurança armadas foram enviadas para a região para averiguar o sucedido.
Segundo a organização não governamental Survival International, « pelo menos três guardiões já foram assassinados e muitos de seus parentes também foram mortos por madeireiros e grileiros [usurpadores que falsificam documentos para tomar posse de terras] que invadem seu território, a Terra Indígena Arariboia, que agora é a última área de floresta que resta na região ».
Os autodenominados guardiões da tribo Guajajara (uma das mais numerosas no Brasil) são cerca de 180 e agem contra acampamentos de madeireiros que se dedicam a queimadas e ao corte ilegal de árvores.
A associação ambiental Greenpeace repudiou o sucedido e pediu ao Governo do Brasil que aja para evitar « mais conflitos e mais mortes » naquela região.