Isabel dos Santos terá transferido 115 milhões da Sonangol para o Dubai. Luanda Leaks: esquema de ocultação terá começado a ser montado assim que Isabel dos Santos foi nomeada pelo pai para gerir a Sonangol, informa o jornal Expresso
Entre Maio e Novembro de 2017, estava Isabel dos Santos no ultimo terço do seu mandato à frente da petrolífera estatal angolana, a Sonangol, quando a empresa transferiu, pelo menos, 115 milhões de dólares de fundos públicos para a conta de uma empresa off-shore no Dubai. Este é apenas um dos casos revelados pela investigação feita por um consórcio internacional de jornalistas e que em Portugal é integrado pelo Expresso.
O caso Luanda Leaks, como está a ser referido na imprensa internacional, mostra como a filha do ex-presidente da República de Angola terá desviado fundos públicos para contas de empresas off-shore. Assim que o caso foi revelado, a empresária reagiu no Twitter acusando a SIC e o Expresso de “racismo” e de “preconceito”.
O Expresso escreve (síntese):
« Luanda Leaks. Exclusivo mundial. Como Isabel dos Santos desviou mais de 100 milhões de dólares da Sonangol para o Dubai »
« Esquema de ocultação começou a ser montado a seguir à filha do ex-Presidente de Angola ter sido nomeada pelo pai para liderar a petrolífera estatal. Documentos e testemunhos obtidos numa investigação Expresso/SIC, coordenada pelo consórcio ICIJ e com a participação de mais 34 órgãos de comunicação social de todo o mundo, mostram como isso envolveu um contrato celebrado no Reino Unido e teve a cumplicidade de vários portugueses, incluindo do atual chairman da NOS, o advogado Jorge Brito Pereira.
« No intervalo de apenas seis meses, de maio a novembro de 2017, no último terço do seu mandato à frente da Sonangol, Isabel dos Santos fez com que a petrolífera estatal angolana para a qual tinha sido nomeada pelo pai, quando José Eduardo dos Santos era ainda presidente de Angola, transferisse pelo menos 115 milhões de dólares de fundos públicos para o Dubai.
« Justificadas como pagamento de serviços de consultoria prestados à Sonangol, essas transferências tiveram como destino uma conta bancária de uma companhia offshore, a Matter Business Solutions, controlada pelo principal advogado da empresária angolana, o português Jorge Brito Pereira, sócio da Uría Menéndez, o escritório de Proença de Carvalho.
A companhia offshore do Dubai contratada por Isabel dos Santos enquanto presidente do conselho de administração da petrolífera estatal angolana tinha, além disso, como diretor o seu principal gestor de negócios, Mário Leite da Silva, e também como diretora e única acionista declarada às autoridades do Dubai a portuguesa Paula Oliveira, amiga próxima e sócia da filha do ex-chefe de Estado angolano noutras sociedades ».