Vitória de Guimarães vai colaborar com autoridades para identificar atos racistas

O Vitória de Guimarães adiantou hoje que vai colaborar com Polícia de Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para identificar os responsáveis dos atos racistas contra Marega, do FC Porto, num jogo da I Liga portuguesa de futebol.

O avançado maliano deixou o relvado do Estádio D. Afonso Henriques aos 71 minutos do encontro da 21.ª jornada (triunfo dos ‘dragões’ por 2-1), tendo-se queixado de insultos racistas, situação que levou a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito e a PSP a analisar as imagens das câmaras de videovigilância.

« Em face das posições publicamente assumidas pela Polícia de Segurança Pública e pela Procuradoria-Geral da República, o Vitória reitera a sua total disponibilidade para colaborar ativamente na identificação dos verdadeiros responsáveis pela ocorrência de racismo ou discriminação no Estádio D. Afonso Henriques, para o que apela ainda à cooperação dos seus adeptos e associados », lê-se no comunicado publicado no sítio oficial.

O clube vincou ainda a « intenção de se constituir assistente no âmbito dos processos desencadeados pelas autoridades judiciais competentes », tendo ainda confirmado a « disponibilização das imagens do sistema CCTV do recinto desportivo », que « não se avariou e se mantém em bom estado de funcionamento ».

O Vitória de Guimarães frisou ainda que « o racismo é um ato de traição à fundação do clube », perante o qual, acrescentou, o clube e os seus adeptos serão « verdadeiramente implacáveis », mas criticou as « declarações simplistas de repúdio e censura seletivas » de « entidades com responsabilidade governativa » sobre um problema de « dimensão nacional », que « se repete há vários anos em diversos estádios ».

« Não é admissível pretender que o Vitória vista a ‘pele de lobo’ defronte um problema social que já conheceu condenações efetivas no plano desportivo nacional e internacional, contando embora com o silêncio e a parcimónia de todos os órgãos e entidades que agora prontamente se pronunciaram. São conhecidos os casos de racismo, de glorificação da morte, de homicídio, de violência e de discriminação no futebol português, todos sem a indignação correspondente », lê-se.

O Vitória disse ainda ter sido alvo de uma « gravosa desconsideração institucional pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional », por ter ignorado « a posição de censura e a condenação sobre os acontecimentos em causa » que o clube fez, ao mesmo tempo que divulgou as posições dos restantes clubes nas redes sociais.

O clube de Guimarães considerou ainda necessária a « promoção de um desporto igual e universal, sem lugar nem tempo para a violência, racismo, xenofobia, intolerância ou discriminação, ao lado de todos e com todos ».

 

Alfa/lusa.

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