Portugal: Parlamento discute morte medicamente assistida

Assembleia da República (Foto Ilustração).

Parlamento discute morte medicamente assistida pela segunda vez desde 2018

Parlamento discute morte medicamente assistida pela segunda vez desde 2018

Alfa/Lusa
Os deputados portugueses discutem hoje, pela segunda vez desde 2018, a despenalização da morte medicamente assistida num parlamento que, em tese, viu reforçadas bancadas favoráveis ao “sim” nas legislativas de 2019.

Os dois maiores partidos, PS e PSD, deram liberdade na hora de votar os projetos do BE, partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), PS, PEV e Iniciativa Liberal, que, como aconteceu em 2018, será feita nominalmente, um a um.

Os socialistas são maioritariamente a favor, mas, pelos cálculos dos deputados pela despenalização, haverá cerca de uma dezena a votar contra, entre eles José Luís Carneiro, Ascenso Simões e Pedro Cegonho.

E entre os sociais-democratas, onde a maioria é pelo “não”, há seis parlamentares que vão optar pelo voto favorável, incluindo o líder, Rui Rio, o seu vice-presidente André Coelho Lima e Duarte Marques, entre outros.

Em tese, os partidários do “sim” no PS, BE, PEV, no PAN, mais o deputado único da Iniciativa Liberal (IL) e a deputada independente Joacine Katar Moreira, podem somar 131 votos.

O lado do “não” à despenalização, juntando o PSD, onde poderá ter votos dissonantes (sete), tal como no PS (uma dezena), CDS, PCP, que mantém o sentido de voto de 2018, e o Chega, perfaz 99 votos.

Esta é a aritmética, mas o assunto é político e a votação poderá ter flutuações, a exemplo do que aconteceu em 2018, baralhada pela liberdade de voto. A dificuldade nas contas é grande num parlamento com muitos deputados novos e, em ambos os lados, admite-se que o resultado será ditado pelas tais « flutuações » de votos nos dois maiores partidos, PS e PSD.

Os cinco projetos preveem que só podem pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável.

Propõem também a despenalização de quem pratica a morte assistida, nas condições definidas na lei, garantindo-se a objeção de consciência para os médicos e enfermeiros.

Uma questão que se intrometeu nos dias anteriores a este debate é a do referendo, que nenhum partido deu sinais de propor. Apenas CDS e Chega admitem vir a apoiar a proposta, numa altura em que grupos pró-vida e anti-eutanásia estão a recolher as 60 mil assinaturas para se realizar.

Na quarta-feira, um grupo de deputados do PSD anunciou que vai propor o referendo, mas a direção da bancada não pretende agendar essa proposta.

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