Ministro do Interior francês qualifica ataque em Paris de « ato terrorista islâmico »
“Manifestamente é um ato de terrorismo islâmico. É um novo ataque sangrento contra o nosso país, contra os jornalistas”, disse esta noite o ministro em declarações no canal de televisão France 2.
O governante precisou que o atacante chegou a França há três anos, com estatuto de menor não acompanhado, e é de origem paquistanesa, mas não estaria identificado como um jovem radicalizado.
“Ele não era ficha S [identificado como possível radical islâmico pelas autoridades francesas], não era conhecido por radicalização. Ele foi identificado por porte de arma, uma chave de fendas aparentemente, mas ainda era menor. Foi sujeito a uma chamada de atenção dessa vez”, detalhou o ministro.
Tendo o ataque acontecido junto ao prédio onde ocorreram os atentados à redação do jornal satírico Charlie Hebdo em 2015, Darmanin disse que a zona foi “subavaliada” em termos de segurança.
“Pedi ao prefeito de polícia para nos dizer porque é que a ameaça foi subavaliada nesta rua”, esclareceu, já que este ataque acontece durante o julgamento do processo dos ataques ao Charlie Hebdo que decorre desde setembro no Tribunal de Paris.
Gérald Darmanin disse ainda que a segurança será reforçada nas sinagogas devido às comemorações do Yom Kippour, que acontecem domingo e segunda-feira.
Dois jornalistas da produtora de documentários e grandes reportagens PLTV (Premières Lignes, fundada e dirigida pelo repórter luso-francês Paul Moreira), um homem e uma mulher, ficaram feridos com gravidade no ataque, perpetrado junto ao edifício que albergava a redação do Charlie Hebdo quando do ataque de janeiro de 2015. Vítimas não correm risco de vida, indicou o primeiro-ministro, Jean Castex.
Dois extremistas islâmicos mataram 12 pessoas nesse ataque ao Charlie Hebdo, que mudou depois de instalações para um local não revelado.
As autoridades antiterroristas de França detiveram já pelo menos sete pessoas, na sequência da investigação ao ataque de hoje.
Cinco suspeitos, segundo fonte judicial citada pela agência France-Presse (AFP), foram detidos nos subúrbios de Paris, capital de França, por elementos da polícia de investigação a atividades terroristas, durante uma busca a uma das alegadas casas do principal suspeito do ataque, que já tinha sido detido.