Covid-19: Variante detetada na Índia já em 17 países – Organização Mundial de Saúde. Nos últimos dias, a variante também foi encontrada em vários países europeus, incluindo Bélgica, Suíça, Grécia e Itália. Portugal detetou seis casos daquela variante na última semana. A Índia voltou hoje a anunciar um novo máximo diário de mortes (3.293) e de novas infeções, com mais de 360 mil casos num só dia.
A estirpe B.1.617 foi detetada em mais de 1.200 sequências de genoma em « pelo menos 17 países », anunciou a OMS na noite de terça-feira.
A maioria das amostras « vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura », disse a OMS no relatório semanal sobre a pandemia.
Nos últimos dias, a variante também foi encontrada em vários países europeus, incluindo Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.
Portugal detetou seis casos daquela variante na última semana, todos « associados a Lisboa e Vale do Tejo », anunciou na terça-feira o investigador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Esta variante, detetada em outubro, no oeste da Índia, é qualificada como um « mutante duplo », por ser constituída por duas mutações do vírus SARS-CoV-2.
A primeira, a E484Q, é parecida com a que já tinha sido observada nas variantes detetadas na África do Sul e no Brasil (E484K), suspeita de causar menor eficácia da vacinação e maior risco de reinfeção.
A segunda, a L452R, também está presente numa variante encontrada na Califórnia, nos Estados Unidos, e pode causar aumento da transmissão da infeção.
Esta é a primeira vez que estas características foram encontradas juntas numa variante com difusão significativa, levantando preocupações de que a nova estirpe seja « mais resistente » às atuais vacinas contra a covid-19, desenvolvidas para reconhecer a proteína ‘spike’ presente nas outras variantes do novo coronavírus, e mais contagiosa.
« A B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais elevada do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo uma maior contagiosidade », acrescentou a OMS, que, no entanto, continua a considerá-la uma « variante de interesse » e não de « preocupação ».
A maior transmissibilidade da nova estirpe poderá explicar a explosão do número de infetados na Índia, a braços com uma segunda vaga que está a provocar o colapso dos serviços de saúde.
A Índia, quarto país com mais vítimas fatais, atrás dos Estados Unidos, do Brasil e do México, ultrapassou já as 200 mil mortes desde o início da pandemia.
O país voltou hoje a anunciar um novo máximo diário de mortes (3.293) e de novas infeções, com mais de 360 mil casos num só dia.
Desde o início da pandemia, a Índia acumulou 201.187 óbitos e mais de 17,9 milhões de infeções, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos EUA.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.970 pessoas dos 834.991 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.