Milhares de migrantes hoje no encerramento da peregrinação de agosto em Fátima
A peregrinação, considerada como a dos emigrantes, integra a peregrinação nacional do migrante e do refugiado, o momento mais aguardado da 49.ª Semana Nacional das Migrações, que começou no dia 08 e termina no domingo, subordinada ao tema “Rumo a um nós cada vez maior”. Este é o título da mensagem do Papa Francisco para o para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se assinala em 26 de setembro.
As celebrações, limitadas à presença de cerca de 15 mil fiéis devido à pandemia de covid-19, começam às 09:00, com a recitação do terço, seguindo-se, uma hora mais tarde, a missa, que inclui uma palavra dirigida aos doentes pela diretora da obra Católica Portuguesa de Migrações, Eugénia Quaresma.
A peregrinação, que culmina com a procissão do adeus, inclui, no ofertório da missa, a oferta de trigo, iniciativa que começou há 81 anos pela Ação Católica de Leiria.
Na quinta-feira, na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação, o arcebispo do Luxemburgo, que é também O presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (Comece), classificou como inadmissível as grandes concentrações de refugiados nas fronteiras exteriores do bloco comunitário e criticou que a prática seja diferente do discurso.
“É inadmissível que existam grandes concentrações de refugiados nas fronteiras exteriores da União Europeia (UE)”, afirmou Jean-Claude Hollerich, alertando que estas pessoas “vivem em situações desumanas”.
Declarando-se “muito preocupado com a política” da União Europeia em relação aos refugiados, o cardeal jesuíta prosseguiu: “Fechamos os olhos, deixamos fazer, pagamos para que as pessoas não entrem na União Europeia e, ao mesmo tempo, falamos de valores europeus”.
“Penso que, como europeus, deveríamos ter um momento onde poderíamos dizer, abertamente e honestamente, que temos vergonha deste discurso que é tão diferente da política real em relação aos refugiados”, adiantou o presidente da Comece, assinalando que “mesmo os acordos internacionais não são cumpridos”.
Considerando isto “muito grave”, o cardeal questionou: “Como é que um discurso e uma prática são totalmente diferentes?”
“Falamos da nossa humanidade, se não reagirmos com humanidade, perderemos a nossa própria humanidade” e a construção europeia sem humanidade não terá futuro, advertiu ainda o arcebispo luxemburguês.
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