Trabalhadores da Saint-Gobain querem que Governo trave despedimento coletivo
« Vamos pedir a intervenção do Governo junto desta multinacional, para que impeça o encerramento da fábrica e defenda os interesses do país e o aparelho produtivo nacional », disse à agência Lusa Fátima Messias, coordenadora da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM).
A sindicalista participou esta tarde na segunda reunião para discutir o despedimento coletivo que contou com a participação de um representante da Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT) e de representantes dos trabalhadores e da empresa.
« A reunião foi longa, mas não conclusiva », os representantes dos trabalhadores reafirmaram a rejeição do despedimento e pediram várias informações, nomeadamente um estudo sobre o impacto económico do encerramento da fábrica e os resultados líquidos da mesma entre 1996 e 2020.
« Precisamos desses dados antes da próxima reunião, no dia 21, porque achamos que nestes 24 anos a soma dos resultados desta unidade são altamente positivos em relação aos negativos invocados pela empresa para o encerramento », disse Fátima Messias.
Após a reunião, os representantes sindicais participaram num plenário de trabalhadores, em que estes reafirmaram a sua determinação em continuar a lutar contra o despedimento coletivo e o encerramento da fábrica.
« Os trabalhadores estão decididos a fazer tudo para manter a empresa e os seus postos de trabalho, por isso, estão há 13 dias concentrados junto à fábrica, fardados, disponíveis para retomar o trabalho de imediato », afirmou a sindicalista.
Na quinta-feira de manhã estes trabalhadores vão fazer um desfile e uma concentração no Largo de Camões, em Lisboa, junto ao Ministério da Economia, onde os seus representantes se vão reunir com o ministro Pedro Siza Vieira.
« O Governo tem o direito e o dever de intervir neste processo, pois se a fábrica encerrar, o vidro para os automóveis, comboios e autocarros, que ali é produzido, passará a ser importado, o que agravará o défice », considerou a coordenadora da FEVICCOM.
Para a próxima semana está prevista uma reunião idêntica com a ministra do Trabalho.