Portugal/2022. Os desejos do PR Marcelo: « refazer esperanças ». Mensagem de Ano Novo

Marcelo pede um governo capaz de « refazer esperanças ».

O Presidente da República apelou ontem à noite a que a próxima Assembleia da República “dê voz ao pluralismo de opiniões e de soluções” e que o Governo garanta “previsibilidade para as pessoas e para os seus projetos de vida”.

Na mensagem tradicional de Ano Novo, proferida no Palácio de Belém e transmitida via TV, Marcelo Rebelo de Sousa falou das eleições legislativas de 30 de janeiro para defender que os portugueses terão de “decidir a Assembleia da República e o Governo para os próximos quatro anos, uma Assembleia da República e um Governo com legitimidade renovada”.

Consolidar o combate à pandemia, decidir sobre um governo para quatro anos, capaz de « refazer esperanças e confiança perdidas », usar com « rigor e transparência » os fundos europeus disponíveis, reinventar as vidas « congeladas » pela pandemia e « virar a página » – estes foram em resumo os desejos do Marcelo Rebelo de Sousa para 2022.

 

O Presidente considerou que os primeiros meses de 2021 foram duros mas salientou:  « resistimos, vacinámos, reabrimos escolas, pusemos a economia a arrancar, exportámos, recebemos turistas, ensaiámos começar de novo, tivemos tempo de reeleger por aclamação António Guterres nas Nações Unidas e aprovar na nossa presidência europeia o certificado digital, os fundos para os próximos anos, e a lei do clima. Tudo isto no meio da pandemia, que teimou persistir no final do ano e que nos obriga, serena, mas teimosamente, a testar e a resistir, e a com ela aprender a conviver — com a paciência de quem já viveu quase 900 anos, já teve milhares de crises e ultrapassou-as o melhor que pôde ».

O PR Marcelo diz que há muito a fazer para « recuperar o tempo perdido »:

« O Novo Ano tem mesmo de ser ano novo e vida nova. Num mundo com menos pandemia e mais crescimento, menos pobreza, mais empenho nos desafios do clima, menos egoísmo de povos e estados, mais atenção ao custo imediato da vida, numa Europa com mais convergência e menos esperas, mais construção e menos desigualdade, mais aposta na juventude e menos solidão, sobretudo nos países em rápido envelhecimento ».

Sobre a pandemia disse ser necessário « consolidar o percurso para a sua superação, estamos encaminhados, mas falta o fim dos fins. De janeiro a março será um tempo crucial para que o inverno ajude a fechar um capitulo da nossa história e converta aflições em esperança ».

Quando ás eleições legislativas de 30 de janeiro, o PR deseja que delas sair um governo com « legitimidade renovada », que reflita « o pluralismo de opiniões e soluções. Um governo que possa refazer esperanças e confiança perdidas ou enfraquecidas, e garantir a visibilidade para as pessoas e os seus projetos de vida ».

Defendeu também a ideia de « reaproximar », que é segundo ele « redescrobrir a solidariedade, cuidar dos mais sacrificados pela pandemia, pela insolvência, pelo desemprego, pela paragem da vida, os mais pobres, os mais idosos, os mais doentes, os portadores de deficiência, os desamparados na escola, na busca de profissão ou de casa, na integração numa sociedade diversa feita de emigrantes que partem e regressam e imigrantes que chegam e partem, em particular olhando para as crianças ».

Por fim, disse, cabe « virar a página ». « O ano que findou prometia ser um fim e um recomeço, mas não foi. Esboçou esse recomeço, tarde e timidamente. O ano que hoje iniciamos tem de virar a página, retomemos a caminhada juntos. Eu estou presente mais do que nunca, e conto convosco mais do que nunca », concluiu.

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