A « Vida Boa » segundo a nova líder do BE, Mariana Mortágua

Alfa

(foto de abertura publicada na página FB do BE) 

Eleita confortavelmente no passado fim de semana como nova coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua (de 36 anos) definiu o que é a Vida Boa, sobre a qual falou diversas vezes na reunião magna do partido que a elegeu. Eis a definição que fez:

« Vida boa é ter a esperança de uma vida digna » e isso passa por lutar por serviços públicos « que nos dêem descanso, em vez de transformarem a idade e a doença num negócio » e ousar criar um Serviço Nacional de Cuidados, « que cria empregos e dá segurança », além da exigência de contratos de trabalho, salários decentes, leques salariais máximos « para que nenhum patrão ganhe nuns meses o que um trabalhador não consegue ganhar numa vida inteira de trabalho ». Ou « acabar com a hipocrisia ambiental, que pinta de verde os programas políticos enquanto se constroem gasodutos, se protegem os lucros da GALP e se ignora a produção agrícola intensiva que consome a água que não temos, para depois tratar a seca como uma inevitabilidade ou um acaso ».

E nesta luta que disse ser por um « país melhor », Mariana prometeu que o Bloco estará « em todo o lado onde é preciso que se sinta que a solidariedade é a única resposta à ganância e à desesperança », porque este é « o tempo das nossas vidas e vamos mostrar ao país que elas não vão ser desperdiçadas numa escolha entre o mau e o pior », concluiu.

Em termos de objetivos políticos, assumiu o objetivo de o Bloco ser a terceira força nas próximas eleições europeias.

Ser a terceira força significa segundo Mortágua ultrapassar o Chega e a IL, « enfrentando as alianças da extrema-direita, e mostrar que há aqui uma esquerda que disputa a política de sempre do PS e PSD ».

Sobre alguns aspetos da atualidade política nacional, disse denunciou o “pântano” da maioria absoluta. 

“O desgaste da vida democrática não é só provocado pelos arruaceiros que gritam contra ela” acrescentou, antes de explicar: « são os socialistas os causadores da fragilização da democracia” com o seu “poder absoluto”, que acusa de ser “um tormento de degradação e instabilidade” ou “uma causa de embaraço nacional”.

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