Almeida encabeça favoritos da ‘Vuelta’ com campeão Kuss e Roglic à espreita

João Almeida (UAE Emirates) parte como um dos favoritos à conquista da Volta a Espanha (Foto Ilustração).

O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) parte como favorito à conquista da Volta a Espanha, que arranca no sábado, mas Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), tricampeão, e o vencedor em 2023 Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike) como ameaças.

Depois de duas vitórias em duas grandes Voltas com o esloveno Tadej Pogacar, um ‘fenómeno’ como há poucos na história do ciclismo, todas as atenções estarão voltadas para a UAE Emirates, ainda para mais depois de ‘castigar’ Juan Ayuso, deixando o espanhol de fora da ‘sua’ Vuelta.

Em vez disso, recompensou a lealdade de dois gregários de luxo para Pogacar, com João Almeida, a partir de casa com três etapas em Portugal nesta 79.ª edição, e o britânico Adam Yates como nomes à cabeça.

Depois do quarto lugar no Tour, e de já ter sido quarto também na Volta a Espanha, Almeida chega como principal candidato, não só pela valia nas montanhas, a par de Yates, mas também pela qualidade no contrarrelógio, em que o companheiro britânico é inferior.

Com Marc Soler, Pavel Sivakov, Brandon McNulty e Jay Vine, a formação dos Emirados Árabes Unidos tem um elenco de luxo para defender o líder que a estrada ditar e caçar etapas, além do jovem mexicano Isaac del Toro, que se estreia em grandes Voltas depois de vencer a Volta a França do Futuro em 2023.

A liderança partilhada com Yates, no papel, deixa à estrada o papel de definir o principal candidato, com o ciclista português de 26 anos, que foi quarto em 2022 e nono em 2023 nesta corrida, a beneficiar do contrarrelógio em Lisboa, a abrir, para partir na frente do britânico.

A dupla, de resto, sabe o que é partilhar as funções de chefe de fila, depois de se mostrarem dominadores na Volta a Suíça, em que Yates ganhou e Almeida, que venceu duas etapas, foi segundo.

A profundidade de opções da UAE Emirates não só faz dela o ‘alvo a abater’ como de João Almeida o principal candidato, sobretudo num ano em que o campeão de 2023, o norte-americano Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), teve vários azares.

Depois de triunfar no ano passado por estar melhor do que os líderes me prol de quem ia trabalhar, desta feita vem defendido pela equipa, com Cian Uijtdebroeks, Wout van Aert e Atila Valter no apoio, depois de a covid-19 o ter afastado do Tour.

Com o tricampeão da corrida entre 2019 e 2021, o esloveno Primoz Roglic, a Red Bull-BORA-hansgrohe tem um vencedor comprovado na corrida, de novo à procura de redenção após a desilusão na Volta a França, este ano numa nova equipa.

A incógnita da recuperação de lesões e quedas deixa a equipa expectante, mas com planos alternativos, uma vez que conta também com o russo Aleksandr Vlasov e o colombiano Daniel Martínez, segundo na Volta a Itália este ano, para atacar a geral.

Com o português Rui Costa na equipa, o equatoriano Richard Carapaz (EF Education-Easy Post) vai tentar voltar a vencer uma grande Volta, depois da Volta a Itália de 2019, enquanto a INEOS aposta no espanhol Carlos Rodriguez, principal esperança do país anfitrião na ausência de Ayuso.

As outras opções espanholas recaem sobre Enric Mas, líder da Movistar de Nelson Oliveira e três vezes segundo nesta corrida, numa equipa que traz também os colombianos Einer Rubio e o ‘regressado’ Nairo Quintana, e em Mikel Landa (Soudal-QuickStep), quinto no Tour.

Também a Lidl-Trek traz várias opções, a começar pelo britânico Tao Geoghegan Hart, que venceu a Volta a Itália em 2020, juntando-lhe o italiano Giulio Ciccone e o dinamarquês Mattias Skjelmose.

Outros candidatos incluem o italiano Antonio Tiberi (Bahrain-VIctorious), o australiano Ben O’Connor (Decathlon-AG2R), o francês Guillaume Martin (Cofidis) ou o italiano Lorenzo Fortunato (Astana).

No capítulo dos sprinters, o australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), vencedor de quatro etapas na Vuelta e campeão dos pontos em 2023, está de regresso, com o percurso montanhoso a afastar vários sprinters puros – o belga Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) é outro grande nome, mas o trabalho em prol de Sepp Kuss pode tirar-lhe a ponta final necessária.

O jovem checo Pavel Bittner (dsm-firmenich PostNL) venceu duas etapas na Volta a Burgos e pode surpreender, assim como o neozelandês Corbin Strong (Israel Premier Tech) e o espanhol Jon Aberasturi (Euskaltel-Euskadi).

A Vuelta, última grande Volta do ano, parte de Lisboa, no sábado, e terá três etapas em Portugal, terminando em Madrid em 08 de setembro.

 

Com Agência Lusa.

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