Autarcas da Guarda, Covilhã e Belmonte estiveram reunidos com a Proteção Civil

A Proteção Civil esteve reunida com autarcas da região da Serra da Estrela em Belmonte. No final Duarte Costa, presidente da ANEPC, afirmou que em análise « estiveram as medidas a ser implementadas no terreno e o que é necessário alterar » no combate ao fogo.

Duarte Costa recordou que o incêndio já tinha sido dado como dominado e ontem, « fruto de três ocorrências simultâneas que surgiram no teatro de operações levou a ter que intensificar e duplicar o número de operacionais no terreno ».

Nesta altura há duas frentes a preocupar as autoridades.

O presidente da ANEPC deixou ainda um elogio a todos os elementos da Proteção Civil em especial « aos bombeiros voluntários ».

Entretanto, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil reconheceu hoje que a situação na serra da Estrela, onde lavra um incêndio há mais de uma semana, se mantém complexa e as previsões meteorológicas são desfavoráveis.

« Neste momento, a ocorrência encontra-se ativa. É um incêndio bastante partido, com grande potencialidade de ter novas aberturas e novas frentes », disse André Fernandes.

O comandante nacional fez hoje pelas 13:00 (em Paris) um ponto de situação sobre os incêndios em Portugal na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) em Carnaxide, concelho de Oeiras (Lisboa), destacando o incêndio que deflagrou no dia 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã, e se alastrou para outras zonas da serra da Estrela.

Reconhecendo que as características da zona dificultam o combate, explicou que a situação é complexa e que a prioridade é a estabilização do incêndio, um trabalho que disse ser difícil também devido às previsões meteorológicas desfavoráveis.

« A estratégia que está definida é aproveitar as janelas de oportunidade existentes para estabilizar a progressão do incêndio », afirmou, precisando que há três frentes ativas que merecem especial preocupação.

Ao final da manhã estavam no terreno 1.049 operacionais, com 21 grupos de reforço dos corpos de bombeiros, 160 operacionais da força especial de proteção civil, 96 agendes das companhias da Guarda Nacional Republicana.

O combate está também a ser apoiado por equipas do INEM, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Cruz Vermelha Portuguesa e Afocelca, meios aéreos e máquinas de rasto.

Num balanço do dia anterior, o comandante nacional referiu 44 missões de ataque inicial para meios aéreos, 51 missões de ataque ampliado, quatro de coordenação aérea e cinco de monitorização.

“A noite correu como estava planeado”, acrescentou André Fernandes, sublinhando que a defesa perimétrica das aldeias foi um sucesso, bem como os primeiros esforços de estabilização do incêndio durante a noite de segunda-feira.

Até ao momento, registaram-se 19 feridos ligeiros e três feridos graves, nenhum dos quais em risco de vida, e danos em duas casas de primeira e segunda habitações. De segunda-feira para hoje, tiveram de ser deslocadas das suas casas 45 pessoas.

Questionado sobre críticas do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, que defendeu que devem ser os bombeiros a tomar conta do combate inicial aos incêndios, o comandante nacional disse apenas que “existe um sistema de gestão de operações, devidamente implementado”.

“Vamo-nos focar naquilo que é importante, que é estabilizar o incêndio e garantir a reposição das condições de segurança”, sublinhou André Fernandes, que assegurou que está a ser aplicada toda a capacidade do dispositivo de combate, havendo também um contacto permanente com a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

Sobre a notícia de sete bombeiros que na segunda-feira estiveram incontactáveis, o responsável desvalorizou a situação, afirmando que “não foi acionado o mecanismo de emergência do rádio SIRESP” e que “não é anormal naquilo que são as operações de combate”.

Questionado sobre a utilização de meios militares no combate, disse que no terreno estão máquinas de rasto mobilizadas pelo exército.

 

 

Com RTP e Agência Lusa.

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