Beirute/Explosões: empresa moçambicana a que se destinava a carga é detida por portugueses

Beirute/Explosões: Carga tinha como destino uma empresa moçambicana controlada por uma sociedade portuguesa do distrito de Braga, Moura, Silva & Filhos, com sede na Póvoa de Lanhoso. Esta empresa estará a ser investigada, segundo indicam alguns jornais em Portugal.

Beirute/Explosões: Carga tinha como destino Moçambique e foi substituída por outra encomenda

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email sharing buttonAlfa/com Lusa e outras fontes
A Fábrica de Explosivos de Moçambique (FEM) confirmou hoje que encomendou as 2,7 toneladas de nitrato de amónio que estiveram na origem das explosões em Beirute, salientando que a carga apreendida pelas autoridades libanesas foi substituída por outra remessa.

A encomenda foi feita pela FEM, em 2013, à empresa Savaro, da Geórgia, e o local de descarga previsto era o porto da Beira, em Moçambique, disse à Lusa fonte oficial da firma moçambicana.

No entanto, aquela carga « nunca foi entregue », uma vez que o navio ficou retido em Beirute, por ordem das autoridades locais.

A carga ficou armazenada no porto da capital libanesa e terá estado na origem das explosões registadas na terça-feira, que devastaram bairros inteiros e causaram 158 mortos e mais de 6.000 feridos.

Até hoje, as autoridades de Moçambique nunca confirmaram que o país era o destino do nitrato de amónio. Na quinta-feira, a empresa gestora do porto da Beira disse desconhecer essa encomenda e no dia anterior, o Ministério dos Transportes e Comunicações moçambicano referiu que desconhecia este material explosivo.

A FEM é detida pela empresa Moura, Silva & Filhos, com sede na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga.

Segundo fonte da empresa, aquela foi uma « encomenda normal », de uma matéria utilizada na sua atividade comercial, « cumprindo sempre de forma escrupulosa todos os requisitos legais e melhores práticas internacionais ».

A FEM « não tem qualquer relação com armadores ou transitários, dado que a sua relação com os fornecedores se cinge às encomendas que faz. Aliás, é esse o caso com todos os importadores, seja de frigoríficos, automóveis, tratores ou ar condicionados », acrescentou a mesma fonte, sublinhando que a empresa « não tem qualquer atividade como transitário ou armador » e é « uma mera utilizadora ».

A empresa vincou ainda que « nunca paga qualquer carga antes de esta lhe ser entregue », para deixar claro que, até à receção, não tem qualquer responsabilidade sobre a mesma.

« A FEM está no mercado desde 1955 e nunca teve qualquer problema com manuseamento dos produtos que importa », afirmou a fonte, dando conta que fornece « em segurança clientes por toda a costa oriental de África ».

Perante a retenção do navio em Beirute, a Savaro acabou por enviar uma nova carga de nitrato de amónio, através de outro navio. Entretanto, a FEM abandonou aquele fornecedor, devido ao « incumprimento » de prazos de entrega.

A empresa estará a ser investigada, segundo indicam alguns jornais em Portugal.

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