Biden pede « uma pausa » humanitária na guerra entre Israel e Hamas
« Precisamos de uma pausa », disse Joe Biden, na quarta-feira.
Biden falava a uma multidão de apoiantes, em Minneapolis, sobre as motivações para se candidatar à presidência em 2020, quando foi interrompido por uma mulher: « Presidente, se está preocupado com o povo judeu, como rabina, preciso que peça um cessar-fogo ».
A presença do líder norte-americano na cidade atraiu mais de mil manifestantes, que empunhavam bandeiras palestinianas e cartazes com slogans: « Pare de bombardear crianças », « Palestina livre », « Cessar-fogo agora ».
O Presidente norte-americano disse entender a motivação da manifestante, que acabou por ser retirada do local.
Quando questionado, Biden notou que uma pausa « significa dar tempo para tirar os prisioneiros ». Mais tarde, funcionários da Casa Branca esclareceram que o Presidente se referia aos reféns e à ajuda humanitária.
« Isto é incrivelmente complicado para os israelitas », continuou Biden. « É incrivelmente complicado também para o mundo muçulmano (…) Eu apoiei uma solução de dois Estados, desde o início », notou.
« O facto é que o Hamas é uma organização terrorista. Uma organização absolutamente terrorista », salientou.
Biden observou que tem trabalhado na ajuda humanitária, dizendo ter convencido o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o Presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, a permitir a entrada de ajuda em Gaza.
Durante a crise no Médio Oriente, que teve início em 07 de outubro com uma ofensiva do Hamas a Israel, os Estados Unidos têm afirmado que não vão ditar a forma como os israelitas levam a cabo as operações militares em resposta ao ataque do grupo islamita.
No entanto, Joe Biden tem enfrentado uma pressão crescente de grupos de defesa dos direitos humanos, de líderes mundiais e até membros do Partido Democrata, que afirmam que o bombardeamento israelita de Gaza é um castigo coletivo e é tempo de um cessar-fogo.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse, na quarta-feira, que o recém-confirmado embaixador de Biden em Israel, Jack Lew, seria enviado em breve para o Médio Oriente e teria como uma das missões « apoiar os esforços dos EUA para criar as condições para uma pausa humanitária para enfrentar o agravamento das condições humanitárias enfrentadas pelos civis palestinianos ».
Em 07 de outubro, o grupo islamita Hamas desencadeou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito entre Israel e o Hamas classificado como uma organização terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, causou já milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.