Bielorrússia coloca todos os membros da UE, incluindo Portugal, na lista de países inimigos

Portugal, em conjunto com os restantes países da União Europeia (UE), foi incluído na lista de inimigos da Bielorrússia, publicada esta sexta-feira num portal online do governo e citada pela agência estatal russa TASS.

 

Segundo a mesma agência, fazem ainda parte da lista países como Austrália, Albânia, Canadá, Estados Unidos, Islândia, Liechtenstein, Macedónia do Norte, Montenegro, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido e Suíça.

A lista entra de imediato em vigor e segue assim o exemplo da Rússia, que já tinha declarado a UE e os seus estados-membros como inimigos, devido ao apoio dado à Ucrânia e às consequentes sanções aplicadas ao país de Vladimir Putin.

De recordar que esta já não é a primeira vez que que o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, decide punir países estrangeiros. Isso aconteceu recentemente, com a assinatura de um decreto, que determina a suspensão dos pagamentos de salários aos residentes desses países na Bielorrússia.

Em causa para esta rivalidade está a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que tem dividido países. A Bielorrússia está do lado da Rússia, bem como a China, que apesar de não manifestar diretamente o seu apoio, também não condena as atitudes de Putin.

Já a União Europeia e a maioria dos restantes países do mundo, mantém-se do lado da Ucrânia, tendo fornecido o seu apoio em diversas vertentes, nomeadamente militar e humanitária.

O Presidente da Bielorrússia, principal aliado da Rússia, exigiu ontem participar nas negociações sobre a “guerra” na Ucrânia, utilizando um termo que foi banido por Moscovo – a Rússia designou a sua ofensiva de “operação militar especial” e proibiu a utilização dos termos “guerra” ou “invasão”.

O Presidente Alexandre Lukashenko, cujo país acolheu em finais de 2014 e início de 2015 as conversações de paz que resultaram nos Acordos de Minsk I e Minsk II, ultrapassados pelo atual conflito, e permitiu o estacionamento de tropas russas no seu território nos meses prévios à invasão militar de 24 de fevereiro, considerou ter direito a associar-se ao processo negocial.

Segundo referiu, Moscovo “compreende” esta posição, mas não o ocidente, que praticamente não mantém relações com Minsk devido à repressão interna das manifestações da oposição em 2020 e à sua aliança com a Rússia.

A Ucrânia não pretende que Minsk participe na mesa das negociações pelo facto de o exército russo ter desencadeado a sua ofensiva em direção a Kiev a partir de território bielorrusso. Moscovo nunca referiu pretender incluir Minsk nas conversações, enquanto Lukashenko sempre desejou ser tratado em situação de igualdade, enquanto a sua política externa oscilou entre o ocidente e o Kremlin.

 

Com Sic Notícias e Agências TASS e Lusa.

Fotos. GettyImages

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