
Estudo europeu revela que os franceses lideram nas discussões conjugais sobre dinheiro e mostram grande relutância em partilhar a sua situação financeira com o parceiro.
Um estudo, realizado pelo banco móvel europeu Bunq e publicado pelo jornal Le Parisien, revelou que os casais franceses são os que mais discutem entre si sobre dinheiro e também os menos transparentes quando se trata de questões financeiras dentro da relação. O inquérito, conduzido junto de casais em vários países europeus, expõe diferenças significativas de comportamento e confiança no seio da vida conjugal.
De acordo com o estudo, 42% dos franceses em casal consideram perfeitamente aceitável não revelar todos os detalhes da sua situação financeira ao parceiro ou parceira. Este é o valor mais elevado entre todos os países europeus analisados, seguido pela Turquia (38%) e pelo Reino Unido (37%). Em contraste, os holandeses revelam ser os mais abertos, com apenas 13% a admitir tal comportamento.
Além disso, 14% dos franceses dizem que o seu companheiro ou companheira desconhece por completo a sua situação financeira ou as suas poupanças, enquanto 13% confessam esconder o valor real de determinadas compras.
O estudo mostra ainda que a falta de transparência é mais comum entre os mais jovens: 56% dos inquiridos entre os 18 e os 24 anos consideram legítimo esconder informações financeiras do parceiro, comparando com apenas 33% entre os maiores de 55 anos.
As diferenças também se fazem notar entre géneros. Cerca de 45% das mulheres admitem ocultar o valor do seu salário, face a 40% dos homens. Quando se trata de esconder o preço de uma compra, 16% das mulheres já o fizeram, comparado com 10% dos homens.
Embora apenas 13% dos casais franceses admitam mentir de forma direta sobre dinheiro — abaixo da média europeia (19%) —, o tema financeiro continua a gerar fricção. Segundo o estudo, os franceses são os casais europeus que mais discutem sobre dinheiro, ainda que outros assuntos, como as tarefas domésticas, também estejam entre as principais fontes de conflito conjugal.
A gestão do dinheiro continua a ser uma questão delicada na vida a dois. O estudo sugere que, em muitos casos, a opção por manter contas separadas ou não partilhar todos os rendimentos pode refletir mais um desejo de autonomia do que necessariamente uma falta de confiança.
Contudo, especialistas alertam que a ausência de diálogo sobre finanças pode levar a mal-entendidos e tensões acumuladas, sobretudo quando surgem decisões importantes como investimentos, dívidas ou grandes compras.
A vida a dois nem sempre é feita de total transparência — sobretudo quando se trata de dinheiro. Em França, o tema continua a ser motivo de reserva, especialmente entre os mais jovens e entre as mulheres. Embora a maioria não esconda informação relevante, o estudo sugere que o equilíbrio entre independência e partilha financeira ainda está longe de ser alcançado.