O esloveno Aleksander Ceferin foi hoje reeleito, por unanimidade e aclamação, em Lisboa, para um terceiro mandato na presidência da UEFA, para o qual elegeu como bandeiras a defesa e a unidade do futebol.
“Quero agradecer muito, do fundo do coração, [esta eleição] significa muito para mim. É um grande momento, mas também uma grande responsabilidade, pelo futebol. Prometo fazer o meu melhor para não vos desapontar. Muito, muito obrigado”, afirmou o já reeleito Ceferin, durante o 47.º Congresso da UEFA, que decorre em Lisboa.
Aos 55 anos, o antigo presidente da Federação de Futebol da Eslovénia deixa para trás um mandato em que teve de lidar com uma pandemia, uma guerra entre dois países europeus, a ambição dos clubes mais poderosos do continente, e a aprovação de mudanças em algumas competições como a Liga dos Campeões e a Liga das Nações.
Desde que foi eleito em 2016, depois da crise desencadeada pelo escândalo de corrupção que envolveu o então líder da UEFA, Michel Platini, o esloveno tem-se imposto com autoridade com ações e mensagens firmes contra o que considerou ser “o egoísmo” dos defensores da Superliga, e a “condenação da invasão militar da Rússia à Ucrânia”.
Confrontado com a guerra na Europa, Alexander Ceferin agiu quase de imediato, mudando a final da ‘Champions’ de São Petersburgo para Paris, menos de 24 horas após a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Três dias depois, rompeu o contrato com a Gazprom, a maior empresa de energia da Rússia, que patrocinava a UEFA desde 2012, e excluiu das competições as seleções da Rússia e da Bielorrúsia, bem como os clubes dos dois países.
Ceferin foi um firme opositor da ideia de a FIFA de realizar o Mundial de dois em anos, classificando o projeto “como populista e destruidor do futebol”.
Em abril de 2021, o líder da UEFA opôs-se ao projeto de criação de uma Superliga, idealizada por 12 dos mais poderosos clubes europeus, que pretendiam, à revelia do organismo europeu, desenvolver uma competição de elite.
Nascido em Grosuplje, a cerca de 20 quilómetros da capital da Eslovénia, Aleksander Ceferin, licenciou-se em direito, tendo representado vários atletas e clubes profissionais.
Casado e pai de três filhas, Ceferin chegou à liderança da federação de futebol do seu país em 2011.
As eleições de 14 de setembro de 2016, precipitadas pelo escândalo de corrupção que envolveu Platini, tornaram-no o sétimo presidente da UEFA.
Eleito, no congresso extraordinário eleitoral, em Atenas, com 42 votos a favor, contra 13 do neerlandês Michael van Praag, cumpriu um primeiro mandato de dois anos e meio, o que restava ao francês.
Em fevereiro de 2019, foi, tal como hoje, candidato único à liderança da UEFA.
Fernando Gomes eleito para o Conselho da FIFA por aclamação
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, foi hoje eleito por unanimidade e aclamação para o Conselho da FIFA, no 47.º Congresso da UEFA, em Lisboa.
Fernando Gomes, de 71 anos, foi o único candidato a sufrágio para o mandato de quatro anos no encontro na capital portuguesa, depois de Noël Le Graët se ter demitido da presidência da Federação Francesa de Futebol (FFF).
O português já cumpriu dois mandatos de dois anos cada neste órgão executivo da FIFA, o último até 2019, sem que se tivesse recandidatado em 2021, apesar de se ter mantido como membro executivo da UEFA.
O regresso de Gomes à FIFA coincide com a ‘corrida’ de Portugal, juntamente com Espanha, Ucrânia e Marrocos, à organização do Mundial2030 de futebol.
Também a ‘correr’ sozinho, o alemão Bernd Neuendorf foi eleito para a vaga de dois anos no Conselho da FIFA.
Na eleição para as vice-presidências europeias da FIFA, o húngaro Sándor Csányi, detentor do cargo, foi reeleito, em detrimento do finlandês Ari Lahti, enquanto a inglesa Debbie Hewitt tornou-se a primeira mulher a vencer um homem numa eleição para o organismo que rege o futebol mundial.
A líder da federação inglesa venceu a ‘corrida’ para ‘vice’ do organismo que rege o futebol mundial em representação das federações britânicas a David Martin, ao conquistar 39 votos, contra 16 do norte-irlandês.
Com Agência Lusa.