Ceferin reeleito em Lisboa presidente da UEFA até 2027. Fernando Gomes eleito para o Conselho da FIFA

UEFA President Aleksander Ceferin (C) accompanied by Theodore Theodoridis (L) and Philip Townsend (R) from UEFA speak during the press conference after the 47th Ordinary UEFA Congress in Lisbon, Portugal, 05 April 2023. On Tuesday, the UEFA Executive Committee awarded the organization of the 2025 European Women's Championship to Switzerland. MIGUEL A. LOPES/LUSA

O esloveno Aleksander Ceferin foi hoje reeleito, por unanimidade e aclamação, em Lisboa, para um terceiro mandato na presidência da UEFA, para o qual elegeu como bandeiras a defesa e a unidade do futebol.

“Quero agradecer muito, do fundo do coração, [esta eleição] significa muito para mim. É um grande momento, mas também uma grande responsabilidade, pelo futebol. Prometo fazer o meu melhor para não vos desapontar. Muito, muito obrigado”, afirmou o já reeleito Ceferin, durante o 47.º Congresso da UEFA, que decorre em Lisboa.

Aos 55 anos, o antigo presidente da Federação de Futebol da Eslovénia deixa para trás um mandato em que teve de lidar com uma pandemia, uma guerra entre dois países europeus, a ambição dos clubes mais poderosos do continente, e a aprovação de mudanças em algumas competições como a Liga dos Campeões e a Liga das Nações.

Desde que foi eleito em 2016, depois da crise desencadeada pelo escândalo de corrupção que envolveu o então líder da UEFA, Michel Platini, o esloveno tem-se imposto com autoridade com ações e mensagens firmes contra o que considerou ser “o egoísmo” dos defensores da Superliga, e a “condenação da invasão militar da Rússia à Ucrânia”.

Confrontado com a guerra na Europa, Alexander Ceferin agiu quase de imediato, mudando a final da ‘Champions’ de São Petersburgo para Paris, menos de 24 horas após a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Três dias depois, rompeu o contrato com a Gazprom, a maior empresa de energia da Rússia, que patrocinava a UEFA desde 2012, e excluiu das competições as seleções da Rússia e da Bielorrúsia, bem como os clubes dos dois países.

Ceferin foi um firme opositor da ideia de a FIFA de realizar o Mundial de dois em anos, classificando o projeto “como populista e destruidor do futebol”.

Em abril de 2021, o líder da UEFA opôs-se ao projeto de criação de uma Superliga, idealizada por 12 dos mais poderosos clubes europeus, que pretendiam, à revelia do organismo europeu, desenvolver uma competição de elite.

Nascido em Grosuplje, a cerca de 20 quilómetros da capital da Eslovénia, Aleksander Ceferin, licenciou-se em direito, tendo representado vários atletas e clubes profissionais.

Casado e pai de três filhas, Ceferin chegou à liderança da federação de futebol do seu país em 2011.

As eleições de 14 de setembro de 2016, precipitadas pelo escândalo de corrupção que envolveu Platini, tornaram-no o sétimo presidente da UEFA.

Eleito, no congresso extraordinário eleitoral, em Atenas, com 42 votos a favor, contra 13 do neerlandês Michael van Praag, cumpriu um primeiro mandato de dois anos e meio, o que restava ao francês.

Em fevereiro de 2019, foi, tal como hoje, candidato único à liderança da UEFA.

Fernando Gomes eleito para o Conselho da FIFA por aclamação

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, foi hoje eleito por unanimidade e aclamação para o Conselho da FIFA, no 47.º Congresso da UEFA, em Lisboa.

Fernando Gomes, de 71 anos, foi o único candidato a sufrágio para o mandato de quatro anos no encontro na capital portuguesa, depois de Noël Le Graët se ter demitido da presidência da Federação Francesa de Futebol (FFF).

O português já cumpriu dois mandatos de dois anos cada neste órgão executivo da FIFA, o último até 2019, sem que se tivesse recandidatado em 2021, apesar de se ter mantido como membro executivo da UEFA.

O regresso de Gomes à FIFA coincide com a ‘corrida’ de Portugal, juntamente com Espanha, Ucrânia e Marrocos, à organização do Mundial2030 de futebol.

Também a ‘correr’ sozinho, o alemão Bernd Neuendorf foi eleito para a vaga de dois anos no Conselho da FIFA.

Na eleição para as vice-presidências europeias da FIFA, o húngaro Sándor Csányi, detentor do cargo, foi reeleito, em detrimento do finlandês Ari Lahti, enquanto a inglesa Debbie Hewitt tornou-se a primeira mulher a vencer um homem numa eleição para o organismo que rege o futebol mundial.

A líder da federação inglesa venceu a ‘corrida’ para ‘vice’ do organismo que rege o futebol mundial em representação das federações britânicas a David Martin, ao conquistar 39 votos, contra 16 do norte-irlandês.

 

Com Agência Lusa.

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