CGTP considera possível aumento salarial de mais de mil euros em Portugal

CGTP considera possível aumento salarial de mais de mil euros

CGTP considera possível aumento salarial de mais de mil euros

Alfa/Lusa

A CGTP considera possível um aumento salarial superior a mil euros por trabalhador, em média, e vai usar essa perspetiva para defender o aumento generalizado dos salários junto dos partidos com representação parlamentar, a partir de hoje.

De acordo com um documento que a comissão executiva da Intersindical aprovou esta semana para ser entregue aos diversos grupos parlamentares, tendo em conta a riqueza produzida anualmente pelos trabalhadores e o valor médio das remunerações, existe « um potencial de aumento de 1.344 euros por mês por trabalhador ».

« Partindo da riqueza que todos os anos os trabalhadores criam no nosso país e aquela que é distribuída sob a forma de remunerações, verificamos o enorme potencial de aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional (SMN) », afirma a Inter no documento a que a agência Lusa teve acesso.

Em 2018 a riqueza produzida foi superior a 200 mil milhões de euros, refere a central sindical, que, descontando o desgaste dos meios de produção, diz que a produção de riqueza foi de 166,8 mil milhões de euros.

Segundo a CGTP, este valor corresponde a 41.122 euros anuais por trabalhador, cerca 2.937 euros por mês.

Dado que o valor médio das remunerações foi de 1.593 euros por mês, incluindo todos os rendimentos brutos do trabalho, impostos sobre o rendimento e as respectivas contribuições para a Segurança Social, a central considera que os aumentos salariais podem chegar, em média, aos 1.344 euros.

A CGTP refere ainda, a propósito, que se o SMN tivesse evoluído conforme a inflação e a produtividade, seria de 1.137,56 euros em 2020.

Além disso, segundo a central sindical, os gastos com pessoal (salários e contribuições para a Segurança Social) são, em média, 14,15% do total de gastos das empresas, e na generalidade das empresas não ultrapassa os 20% do total de custos.

Para as grandes empresas estes custos são um décimo do total e no alojamento não chegam a um quarto do total de encargos das empresas.

« Assim, o aumento geral dos salários e do SMN terá um impacto imediato que, tal como comprovam as últimas atualizações, não põe em causa a vida das empresas. Se acompanhado pela redução dos custos de contexto, por exemplo com a reposição do IVA da electricidade na taxa mínima, o nível de encargos poderá manter-se praticamente inalterado, e parte da receita do Estado não realizada por esta via será recuperada via IRS e IVA que o aumento do rendimento induzirá », defende a CGTP.

A Inter inicia hoje um ciclo de reuniões com os grupos parlamentares, com um encontro com os deputados do PCP, para lhes apresentar as reivindicações a que gostaria de obter resposta no quadro das eleições legislativas de dia 6 de Outubro.

Aos deputados vai entregar o documento « Por um Portugal com futuro », onde defende o aumento geral dos salários, a valorização das profissões, a revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, a estabilidade e segurança no emprego, a regulação dos tempos de trabalho e as 35 horas de trabalho semanal para todos, a melhoria dos serviços públicos e uma políca fiscal mais justa.

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