André Ventura recebido em Belém. Presidente da República reitera que não se pronuncia sobre « problemas internos » da AR. Em questão conflito do partido extremista com Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República. Ventura evoca « um escalar de conflito físico, verbal e político ».
« A minha posição é sempre a mesma, foi a mesma posição no primeiro mandato, é no segundo mandato. A posição é que não me pronuncio sobre problemas internos da Assembleia da República ou de qualquer órgão de soberania », afirmou o chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas após audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, entre as quais a uma delegação do Chega, o Presidente da República foi questionado sobre as palavras de André Ventura, que apelou a uma intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa perante o ambiente « muito tenso » no parlamento e alertou para a possibilidade de « um escalar de conflito físico, verbal e político ».
« Não me pronuncio », repetiu várias vezes o chefe de Estado, perante a insistência dos jornalistas, indicando que foi essa também a sua posição na última legislatura quando lhe pediram « várias vezes » e « vários partidos » para que se pronunciasse, e não iria « abrir uma exceção » agora.
« É essa a minha posição. É uma posição adquirida, está adquirida, é assim, acho que é o que o Presidente deve fazer », salientou, adiantando que essa posição « não vai mudar até ao fim do mandato ».
Questionado se está preocupado com o ambiente que se vive no parlamento, respondeu: « Eu preocupado estou é com o problema da saúde, esses são problemas que preocupam realmente os portugueses ».
« São problemas concretos, da vida do dia a dia, económica, social e por outro lado da saúde dos portugueses », afirmou, depois de ter começado a sua declaração por manifestar preocupação quanto à situação no Hospital São Francisco Xavier.
Falando à comunicação social depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, o líder do Chega considerou que o ambiente « está muito tenso » no parlamento e alertou que « é real » a possibilidade de « um escalar de conflito físico, verbal e político », pedindo a intervenção do Presidente da República.
Após uma audiência pedida pelo Chega para abordar com o chefe de Estado a forma como o presidente da Assembleia da República conduz os trabalhos parlamentares, e que durou cerca de 45 minutos, André Ventura defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa é « a única figura que pode chamar a atenção de Augusto Santos Silva » e que cabe ao chefe de Estado « garantir que o ambiente serena ».
Ventura disse ter transmitido ao Presidente da República que « não acautelar, ao não exercer nenhuma influência sobre o presidente da Assembleia da República, a possibilidade de um escalar de conflito físico, verbal e político é real ».