Chuva de gás lacrimogéneo em Paris põe turistas em pânico

Chuva de gás lacrimogéneo em Paris põe turistas em pânico

YOAN VALAT

Os incidentes e confrontos deste sábado, em Paris, começaram antes das 10h locais, duraram mais de 12 horas e provocaram cenas surrealistas atingindo autocarros descapotáveis repletos de turistas porque a circulação não foi cortada em diversos dos locais onde decorreram as manifestações

 

Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro

 

Aviolência e um número incalculável de disparos de bombas lacrimogéneas voltaram a marcar mais um sábado de manifestações na capital francesa, desta vez durante todo o dia e parte da noite.

Os incidentes e a chuva de gás lacrimogéneo começaram muito cedo – antes das 10h locais (uma hora a menos em Lisboa) – atravessaram toda a cidade e só pararam mais de 12 horas depois, já a noite tinha caído há muito sobre a cidade. Correrias de manifestantes e de turistas foram uma constante durante todo o dia e noite em Paris.

As forças da ordem optaram por não permitir concentrações, mesmo pequenas, de manifestantes “coletes amarelos” em zonas não autorizadas e, logo de manhã, começaram a disparar nos Campos Elísios e em redor do Arco do Triunfo.

Provocaram desse modo um autêntico pânico nos numerosos turistas que passeavam na zona e bombas atingiram mesmo autocarros descapotáveis que por lá passavam, como o Expresso constatou no local. O trânsito não tinha a essa hora sido cortado nesse quarteirão chique da capital.

O mesmo voltou a acontecer mais tarde, quase ininterruptamente, quando a violência se acentuou a partir das 12h porque se realizaram no mesmo dia em Paris mais duas manifestações – uma em defesa do clima e outra contra a reforma do sistema da aposentações.

Na região do bairro estudantil do Quartier Latin grupos de centenas de militantes radicais de esquerda infiltraram a manifestação em defesa do clima, atacaram as forças policiais e incendiaram caixotes de lixo e barricadas, bem como motos e bicicletas. Atacaram também algumas fachadas de bancos e turistas que passavam por acaso no quarteirão voltaram a ser atingidos pelos gases.

Durante a noite, os incidentes continuaram nas zonas de Bercy, da Bastilha e ainda, de novo, nos Campos Elísios, onde turistas foram novamente atingidos pelos gases. Alguns queixaram-se mesmo de terem sido fisicamente molestados.

A atuação das forças policiais foi contestada e criticada por elas terem disparado uma imensidão de bombas de gases lacrimogéneos de forma indiscriminada quase por toda a cidade e em bairros de forte concentração turística.

160 pessoas foram detidas durante os tumultos deste sábado. As autoridades receavam grande violência e destacaram um vasto dispositivo com veículos blindados e 7500 agentes, muitos deles em brigadas móveis com motos.

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