Cientistas revelam em Bruxelas primeira imagem de sempre de um buraco negro

The Event Horizon Telescope (EHT) — a planet-scale array of eight ground-based radio telescopes forged through international collaboration — was designed to capture images of a black hole. In coordinated press conferences across the globe, EHT researchers revealed that they succeeded, unveiling the first direct visual evidence of the supermassive black hole in the centre of Messier 87 and its shadow. The shadow of a black hole seen here is the closest we can come to an image of the black hole itself, a completely dark object from which light cannot escape. The black hole’s boundary — the event horizon from which the EHT takes its name — is around 2.5 times smaller than the shadow it casts and measures just under 40 billion km across. While this may sound large, this ring is only about 40 microarcseconds across — equivalent to measuring the length of a credit card on the surface of the Moon. Although the telescopes making up the EHT are not physically connected, they are able to synchronize their recorded data with atomic clocks — hydrogen masers — which precisely time their observations. These observations were collected at a wavelength of 1.3 mm during a 2017 global campaign. Each telescope of the EHT produced enormous amounts of data – roughly 350 terabytes per day – which was stored on high-performance helium-filled hard drives. These data were flown to highly specialised supercomputers — known as correlators — at the Max Planck Institute for Radio Astronomy and MIT Haystack Observatory to be combined. They were then painstakingly converted into an image using novel computational tools developed by the collaboration.

 A primeira imagem de sempre de um buraco negro, captada pelo telescópio “Event Horizon”, foi hoje revelada em Bruxelas por um grupo de cientistas financiados pela União Europeia, manifestamente orgulhosos por “confirmarem” a teoria da relatividade de Albert Einstein.

 

 

Na sede da Comissão Europeia, e em simultâneo com conferências de imprensa noutros pontos do globo – Estados Unidos, Japão, Chile, Xangai e Taipé -, coube ao comissário europeu Carlos Moedas, titular da pasta da Investigação, Ciência e Inovação, apresentar, juntamente com vários cientistas, o que foi classificado com “uma descoberta científica de primeira grandeza”, que constitui “uma prova visual da existência de buracos negros”, até agora sempre representados por simulações.

O anel dourado que definitivamente compromete o futuro da ciência foi produzido com uma quantidade inimaginável de dados. Foram mais de 200 cientistas, com supercomputadores, que analisaram a informação captada em cinco noites de Abril de 2017 pela rede de telescópios dispersa pelo mundo, através do projecto EHT. Dizem os especialistas que terá sido preciso lidar com cerca de 4 petabytes de dados, algo que para termos uma ideia aproximada e traduzindo em música daria para ouvirmos música durante oito mil anos.

 

 

O que são Buracos Negros?

Os buracos negros são entidades extraordinariamente densas e muitos deles são formados quando as estrelas (maiores do que o nosso Sol) colapsam no final do seu ciclo de vida. Buracos negros supermaciços são os maiores que existem, devorando matéria e radiação e que se pensa que resultam da fusão com outros buracos negros.

Dois alvos

Sabia-se que os investigadores do EHT tinham dois alvos. Os telescópios dispersos na Terra (localizados no Arizona e Havai, nos EUA, México, Chile, Espanha e Antárctida, França e Gronelândia), olham desde 2012 para dois buracos negros supermaciços com especial atenção.

Um é o monstro Sagitárius A, localizado no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Encontra-se a 26.000 anos-luz de distância, o tempo que a luz emitida pela estrela na vizinhança do buraco negro demora a chegar até nós. Chamam-lhe “monstro” por causa da gigantesca quantidade de matéria que possui, mais precisamente, quatro milhões de vezes a massa do Sol. Em 2002, uma equipa de cientistas apresentou provas na revista Nature de que Sagitárius A era o buraco negro monstruoso no centro da nossa galáxia.

O outro alvo do projecto EHT é também um buraco negro supermaciço, mas está numa distante galáxia. Está no centro da galáxia M87 na direcção da constelação Virgo, com uma massa que terá entre 3,5 e 6 mil milhões de vezes a do Sol e localizado a 54 milhões de anos-luz da Terra. Foi este, o maior, que nos revelou esta quarta-feira a primeira imagem de um buraco negro.

Assim, embora os cientistas envolvidos no projecto se tenham recusado a divulgar pormenores sobre a descoberta antes do anúncio formal, o objectivo deste esforço internacional do EHT sempre foi claro. “É um projecto visionário para tirar a primeira fotografia de um buraco negro. Somos uma colaboração de mais de 200 pessoas internacionalmente “, afirmou, em Março, no Texas, o astrofísico Sheperd Doeleman, director do EHT do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian, citado pela Reuters. Era isso que toda a gente esperava esta quarta-feira, a dúvida era apenas se íamos olhar pela primeira vez para uma sombra no centro da nossa galáxia ou outra muito mais distante. Foi a revelação da sombra que vive no centro da galáxia M87.

Conferência de Imprensa:

 

Alfa/BFMTV/Público/Lusa.

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