Cinco polícias sob suspeita na morte de português no Reino Unido

Cinco polícias sob suspeita na morte de português no Reino Unido. André Moura foi detido depois de um alerta de incidentes domésticos pelas 23h30 de 6 de julho de 2017, em Manchester. E a partir desse momento pouco se sabe ao certo o que se passou. Mãe do português quer que se faça justiça.

 

Alfa/Expresso. Por Hugo Franco

A morte do português André Moura, a 7 de julho do ano passado, após uma operação policial em Oldham (Manchester), no Reino Unido, tem já cinco agentes da polícia sob suspeita. O Independent Office for Police Conduct (IOPC), órgão que tutela as ações policiais, remeteu para o Ministério Público inglês o nome dos cinco polícias que fizeram parte daquela operação.

« Os cinco agentes, todos eles polícias, estiveram no local da detenção do sr. Moura antes da sua morte nas primeiras horas de sábado 7 de julho de 2018. Um oficial foi encaminhado por agressão e danos corporais reais e má conduta em cargos públicos e os restantes quatro por má conduta em cargos públicos », esclarece uma nota do IOPC enviada esta terça-feira ao Expresso.

André Moura foi detido depois de um alerta de incidentes domésticos pelas 23h30 de 6 de julho, em Oldham. O português de 30 anos ficou numa esquadra local. E a partir desse momento pouco se sabe ao certo o que se passou. Certo é que uma ambulância foi chamada à esquadra pouco tempo depois, uma vez que André Moura não dava sinais de vida. Foi transferido para o Hospital Tameside, onde foi confirmada a sua morte à 1h30 de 7 de julho de 2018. Os testes post mortem foram inconclusivos para determinar a causa da morte de André Moura.

Ainda de acordo com o IOPC, os investigadores recuperaram e analisaram as imagens de CCTV (circuito interno de videovigilância) dos agentes e imagens de telemóveis do incidente. « Todos os dez agentes alvo da investigação foram interrogados. »

Amanda Rowe, diretora regional do IOPC afirmou: « Concluímos a nossa investigação muito recentemente e decidi que as ações de cinco oficiais deveriam ser encaminhadas à Crown Prosecution Service (Ministério Público britânico). Os nossos pensamentos permanecem com a família e os amigos do sr. Moura e todos os afetados por este triste incidente. Continuamos a manter sua família informada sobre o andamento de nossa investigação e agradecemos a eles e a todos os envolvidos na investigação por sua paciência e compreensão ».

MÃE QUER JUSTIÇA

Maria, a mãe de André Moura, ainda não sabia desta notícia quando foi contactada pelo Expresso. « Quero que se faça justiça e que prendam os culpados da morte do meu filho. »

Durante o último ano lutou para que o corpo do filho viesse para Portugal para ser enterrado e « poder assim fazer o luto ».

Com a ajuda de amigos e de familiares, conseguiu angariar algum dinheiro para realizar a trasladação. E a 15 de junho, André Moura foi enterrado no cemitério de Rio de Mouro (Sintra). « Ando a pagar 200 euros todos os meses para pagar a dívida, mas valeu a pena para ter o meu menino de volta. »

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