Novo sábado de tensão em Paris. Os “gilets jaunes” enganaram as autoridades: convocaram uma manifestação para Versalhes e organizaram em segredo novos desfiles em diversas zonas nobres da capital. Às 12h40 locais, menos uma hora em Lisboa, já se registavam incidentes e confrontos. Durante a noite morreu mais uma pessoa, acidentalmente, num bloqueio no sul do país.
Alfa/Expresso. Adaptação, por Daniel Ribeiro
Diversos grupos de manifestantes “coletes amarelos” manifestavam-se de surpresa em Paris nos bairros de Montmartre, da Ópera e da Madalena, e ainda junto ao museu do Louvre e nos arredores dos Campos Elísios.
Os “coletes” tinham marcado manifestações para Versalhes, nos arredores de Paris, mas foi um logro propositado. Surgiram repentinamente em Montmartre, no norte da cidade, e depois desceram até à zona monumental da Ópera e da Igreja da Madalena. Visivelmente, tentavam aproximar-se o mais possível do Palácio do Eliseu.
As forças de segurança foram apanhadas de surpresa pela multiplicação de manifestações na capital, este sábado, no chamado Ato VI do movimento, ou seja, o sexto sábado consecutivo de protestos. Conseguiram bloquear uma marcha junto à Madalena, mas o ambiente era tenso e verificaram-se já alguns confrontos.
As autoridades não contavam com a nova mobilização de centenas de pessoas espalhadas por diversos quarteirões da capital e pensavam que tinham conseguido desmobilizar o movimento depois das recentes cedências do Presidente Emmanuel Macron às reivindicações.
Na província também estão a decorrer manifestações neste sábado. Um automobilista morreu esta noite quando chocou com um camião que estava parado num bloqueio de uma estrada no sul do país. É o décimo morto desde o início do movimento, a 17 de novembro. Mais de 1500 manifestantes e cerca de 250 polícias ficaram feridos nesse período.
Os parisienses andavam às compras neste último sábado antes do Natal quando eclodiram as inesperadas manifestações. Desde há um mês e meio, o movimento já provocou prejuízos de centenas de milhões de euros, designadamente no sector do comércio.