Coletes amarelos. França está a arder, mas não em Paris

Em Bordéus, há diversas barricadas a arder no centro da cidade, em Toulouse, Saint-Étienne, Marselha, Nantes e Lyon há relatos de confrontos e de lojas e centros comerciais pilhados. Em Paris continuavam a verificar-se confrontos ao princípio da noite na Praça da República.

Alfa/Expresso. Adaptação. Por Daniel Ribeiro

O Presidente da Câmara de Saint-Étienne, Gael Perdriau (direita, do partido Os Republicanos) fala esta noite nas televisões de “cenas de apocalipse” na sua cidade e responsabiliza o Presidente Emmanuel Macron pela violência. “Ele concentrou todas as forças da polícia para controlar a situação em Paris, desleixou as outras regiões e não fala ao país, está fechado no Eliseu, as pessoas não compreendem o seu silêncio e revoltam-se, ofendidas”, disse.

De Bordéus, às 20h40 locais (menos uma hora em Lisboa) chegavam imagens terríveis: o centro da cidade estava com diversas barricadas em chamas e a situação parecia completamente fora de controlo.

De Marselha, Nantes e Lyon chegavam igualmente notícias alarmantes sobre confrontos muito violentos durante este sábado de manifestações de “coletes amarelos”.

Em Paris, os incidentes mais importantes decorriam na Praça da República. No entanto, por volta das 21h locais, a situação parecia estar controlada pela polícia no centro da capital, onde se continuava a viver apesar de tudo uma grande tensão.

Nos Campos Elísios, viam-se cenas que pareciam quase surrealistas. Toda a célebre avenida estava ocupada por centenas de policias e respetivos veículos e as flamejantes iluminações de Natal estavam acesas. Mas não havia civis, nem qualquer turista a passear na “mais bela avenida do mundo”, como dizem os prospetos turísticos franceses. Nem um café nem uma loja estavam abertos a essa hora nos Campos Elísios.

O Governo, pela voz do Primeiro-ministro, Édouard Philippe, anunciou antes das 20 horas que a situação estava controlada na capital e que chegou “a hora do diálogo”. Na mesma ocasião, Philippe informou que o Presidente Emmanuel Macron vai falar ao país « brevemente ».

O balanço provisório dos incidentes, em Paris, no chamado Ato IV (quarto sábado consecutivo de protestos) das manifestações dos “coletes amarelos” deste sábado é de mais de 1100 pessoas presas e de mais de 70 feridos.

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