Comemorações do 25 de Abril: Cavaco não vai à AR. Leia aqui: quem vai e não vai

Comemorações do 25 de Abril: Cavaco não vai à AR

ANTÓNIO JOSÉ / LUSA

Cavaco Siva não irá às comemorações do 25 de Abril no Parlamento. Sem problemas de saúde, o ex-Presidente da República cumpre as regras de confinamento

Alfa/Expresso

Cavaco Silva já informou a Assembleia da República de que não irá estar presente nas comemorações do 25 de Abril. O gabinete do ex-Presidente da República confirmou ao Expresso que Cavaco declinou o convite.

Encontrando-se bem de saúde, o ex-Chefe de Estado apenas quererá cumprir as regras de confinamento a que o país está submetido.

Será, assim, o segundo ex-Presidente a faltar. Jorge Sampaio também não irá, neste caso por motivos de saúde. Quanto a Ramalho Eanes, já confirmou a presença mas deixou claro que apenas irá « por responsabilidade institucional » e apesar de « discordar da modalidade » das comemorações.

O Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que articulou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a realização da cerimónia apesar de o país se encontrar em estado de emergência, defendeu em declarações ao Público que “Celebrar o 25 de Abril é dizer que não sairá desta crise qualquer alternativa antidemocrática”. Mas a polémica dividiu, pela primeira vez, a classe política em torno da comemoração da data.

O líder do CDS já disse que não irá. O líder do Chega é contra a cerimónia e diz que irá para a criticar. E mesmo entre os socialistas a questão não é pacífica – o ex-deputado João Soares já classificou a decisão de Ferro Rodrigues de « disparate ».

Entre os opinion makers, há quem defenda a cerimónia lembrando que o Parlamento tem continuado a reunir-se para aprovar leis e as sucessivas renovações do estado de emergência e que fechá-lo no 25 de Abril seria passar um sinal errado. Mas, em sentido contrário, há muitas vozes a criticarem o Presidente da Assembleia da República, sobretudo por ter decidido fazer as comemorações com convidados quando o país está obrigado a viver um confinamento que se prolonga até maio.

Habitualmente alargadas a cerca de 700 pessoas, as cerimónias no Parlamento terão, desta vez, pouco mais de 100 entre deputados e convidados, depois dos grupos parlamentares terem decidido limitar o número de representantes que terão na cerimónia e de os serviços da Assembleia terem reduzido o número de convidados.

Mas nem por isso escapam a uma forte contestação que já motivou abaixo assinados cruzados, contra e a favor. Com a divisão instalada no espaço público, o 25 de abril vai ser comemorado no Parlamento e Marcelo Rebelo de Sousa irá discursar.

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