Comissão Europeia quer que Governo português gaste menos do que o previsto

A Comissão Europeia exige que a despesa primária em Portugal cresça menos de metade do que o Governo prevê em 2019.

 

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, o pacote de recomendações específicas aos Estados-membros, no âmbito do semestre europeu. Em relação a Portugal, o Comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici afirma que continua a enfrentar « fontes de desequilíbrio » que precisam de ser corrigidas.

« Isto inclui elevados níveis de dívida externa privada e pública, vulnerabilidades no setor bancário e segmentação do mercado de trabalho », afirmou, recomendando que a despesa primária em Portugal cresça abaixo daquilo que prevê o governo, no próximo ano.

« Portugal deve consolidar as recentes tendências positivas na redução do défice e dívida, e é recomendável que o país garanta que a taxa de crescimento nominal da despesa pública primária líquida não ultrapasse 0,7% em 2018, o que corresponderá a um ajustamento estrutural anual de 0,6% do PIB », defendeu, contrariando aquilo que o Governo calcula no Programa de Estabilidade, ou seja, que a despesa primária 1,7% em termos nominais.

Pierre Moscovici considera, porém, que o Governo deve concentrar-se, em particular, no setor da Saúde, acreditando que « isto pode alcançar-se através do reforço do controlo da despesa da saúde, acautelando a relação custo benefício e a orçamentação adequada ».

Perante um quadro com sinais positivos sem precedentes na última década, mas que em alguns aspetos ainda divergem da média europeia, a comissária do emprego, Marian Thyssen deixa outra recomendação, esperando que « em primeiro que tudo, se trabalhe no nível de competências dos portugueses ».

« Se olharmos para o nível de competências da população adulta, verificamos que está entre as mais baixas da União Europeia », afirmou, lamentando que « apenas 48% da população tenha alcançado um nível elevado de competências. A média europeia é de 77% ». Por isso, « o que também recomendamos é um maior estímulo à participação de adultos na aprendizagem ao longo da vida ».

Alfa/TSF/LUSA

Article précédentO QUE DISSERAM OS JOGADORES DO SPORTING à GNR sobre o ATAQUE a ALCOCHETE
Article suivantFestival da Eurovisão em Israel pode estar em risco