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A grande derrota das eleições para o Parlamento Europeu é, sem margens para dúvidas, a da abstenção. Mesmo com todas as precauções que se tomem, dizendo que há Portugueses que residem a centenas de quilómetros dos postos consulares, há muitos porém que residem bem perto e não foram votar.Com uma participação em França que ronda os 0,31% dos quase 387.000 eleitores, esta é matéria para reflexão. As autoridades portuguesas não podem olhar para estes números e fazer de conta que tudo vai bem na democracia portuguesa.Nas últimas eleições de 2014 havia 17.775 inscritos, enquanto nestas eleições o número de recenseados passou para 386.916. Este é o resultado da recente alteração à Lei eleitoral que procede ao recenseamento automático dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro, com Cartão do Cidadão.O impacto direto na votação é bem visível já que os votantes em França passaram de 315 em 2014, para 1.200 em 2019. Praticamente foram multiplicados por 4. Está de parabéns o Governo por ter dado este passo importante, é um passo que começou por dar os seus frutos, mas não chega para combater a abstenção. Faltam mesas de voto descentralizadas e faltam sobretudo novas metodologias de voto.A outra grande derrota é a do PSD, que perdeu em praticamente todos os postos consulares – com exceção de Toulouse. Não é novidade, já em 2014 tinha perdido nas eleições Europeias. Passou de 94 votos para 216, enquanto o PS subiu de 112 para 426! Em França, a percentagem de votos no PS estabilizou nos 35,5%, enquanto o PSD desceu drasticamente de quase 30% para 18%. É necessário acrescentar que em 2014 concorreu com o CDS-PP que apenas teve 5% nesta eleição, em França. Mesmo somando os dois resultados, está àquem do resultado de 2014.O Bloco de Esquerda fez uma “remontada” espetacular, passando de 13 votos em 2014 para 136 em 2019, passando à frente do PCP-PEV. Aliás, até o PAN passou à frente do PCP-PEV este ano. O PAN tinha tido 9 votos em 2014 e passou agora para 94.