Governo cria uma via verde para o investimento de lusodescendentes em Portugal

O PROGRAMA DO GOVERNO PARA AS COMUNIDADES o essencial e destaques

Valorizar os contributos das comunidades e incentivar o regresso de emigrantes.

Portugal precisa de valorizar os contributos das comunidades portuguesas para o desenvolvimento do país e de incentivar o regresso de emigrantes e lusodescendentes.

Um país com mais de 2,3 milhões de emigrantes e muitos mais lusodescendentes tem um enorme potencial de desenvolvimento, quer por valorização do papel desses emigrantes e lusodescendentes, quer por atração daqueles que pretendem regressar ao país.

Valorizar os contributos das comunidades para o desenvolvimento do país.

O contributo das comunidades portuguesas no estrangeiro para o desenvolvimento do país tem uma componente financeira, a das remessas, e uma componente humana, por via de processos de mobilidade circular e da criação de novos espaços transnacionais alargados geradores de oportunidades de investimento e inovação.

A condição chave de sustentabilidade destes contributos é a criação e manutenção de laços intensos e diversificados entre Portugal e as comunidades portuguesas no mundo.

Para isso, o Governo vai:

  • Promover a criação de múltiplas formas de mobilidade entre os países de fixação das comunidades portuguesas e Portugal;
  • Estimular, junto das comunidades, a criação de redes de partilha de informação;
  • Criar eventos transnacionais que contribuam para divulgar a imagem de Portugal no século XXI e envolver os emigrantes e lusodescendentes;
  • Lançar, com os países de acolhimento, projetos que permitam aos emigrantes e lusodescendentes desenvolver em Portugal projetos inovadores no domínio da economia, ciência, cultura e turismo;
  • Criar uma via verde para o investimento de lusodescendentes em Portugal;
  • Reforçar os programas de intercâmbio entre instituições do ensino superior e de investigação dedicados a emigrantes e lusodescendentes.

Incentivar o regresso de emigrantes e lusodescendentes

Os jovens devem poder circular na Europa e pelo mundo, mas têm de se poder realizar em Portugal.

Por outro lado, no quadro da promoção da atratividade do país e do reforço das perspetivas económicas e demográficas, os nossos emigrantes e lusodescendentes representam uma bolsa importante de pessoas para quem Portugal pode ser um destino de regresso ou de migração.

Assim, a promoção do regresso daqueles que deixaram o país em diferentes momentos históricos, em especial na década que se seguiu à crise financeira, bem como de lusodescendentes que podem ter já nascido fora do país, constitui uma prioridade nacional, a levar a cabo através de um vasto leque de medidas.

Neste âmbito, o Governo irá:

  • Executar o Programa Regressar, com vista à promoção do regresso de emigrantes e lusodescendentes a Portugal, criando e alargando apoios específicos neste âmbito para os próprios e para os seus familiares, designadamente na habitação, educação, proteção social e acesso prioritário a políticas ativas de emprego e formação;
  • Agilizar os processos de acesso à nacionalidade portuguesa dos lusodescendentes e seus familiares;
  • Criar um título temporário de permanência em Portugal para familiares de emigrantes ou lusodescendentes, de modo a remover o obstáculo do reagrupamento familiar como bloqueio no quadro dos processos de regresso.

No que respeita aos portugueses residentes no estrangeiro, o Governo faz as habituais promessas, sobre a melhoria no funcionamento dos consulados e a sua ligação às comunidades, « com a atenção particular às circunstâncias mais difíceis (como a Venezuela ou o Brexit), com a extensão do recenseamento automático a todos os portugueses e com o reforço dos laços com todas as comunidades e suas associações ».

Quanto ao ensino, promete renovar e modernizar a Rede de Ensino Português no Estrangeiro” através de um melhor “uso das tecnologias digitais e de educação à distância”, bem como da manutenção da aposta na integração curricular do português em sistemas de ensino locais.

A divulgação e promoção internacional da língua e cultura portuguesas mantém-se como uma prioridade do segundo governo de António Costa, que quer aumentar a presença do português como língua curricular do ensino básico e secundário, nomeadamente “através de projetos de cooperação”, bem como “consolidar a presença do português e dos estudos portugueses em instituições de ensino superior” em todos os continentes.

(O programa do ​​XXII Governo Constitucional, o segundo chefiado pelo atual secretário-geral do PS, António Costa, foi aprovado este sábado em Conselho de Ministros e enviado por via eletrónica para a Assembleia da República)

Berta Nunes é a nova secretária de estado das Comunidades:

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