Conselho da Diáspora quer estimular novas congéneres em África e criar uma federação
Alfa/Lusa
O presidente do Conselho da Diáspora disse que aquela entidade tem por objetivo estimular o aparecimento de mais congéneres em África e, « a prazo », criar uma federação.
Com a ajuda do EurAfrican Forum, uma iniciativa que o Conselho da Diáspora lançou há dois anos, foi possível « já estimular a criação de conselhos da diáspora em cinco países africanos: Moçambique, Nigéria, Etiópia, Angola e Guiné-Bissau », disse Filipe Botton em declarações à Lusa, na véspera de mais um encontro anual do Conselho da Diáspora portuguesa, que decorre sexta-feira em Cascais.
Segundo o também empresário português, « estas congéneres são totalmente independentes », estando a ser criadas por pessoas nesses países.
« Nós, Conselho da Diáspora, estamos meramente a estimular esse aparecimento e a dar um pouco a nossa experiência », sublinhou.
Porém, adiantou que o Conselho da Diáspora « acha extremamente importante » poder « a prazo, criar quase que uma federação dos conselhos das diásporas”, permitindo « articular as várias mensagens e sobretudo as entreajudas que possam existir nesse domínio ».
Quanto ao tema da terceira edição do EuroAfrican Forum, a realizar em 2020, Filipe Botton disse que este « tem a ver com novas possibilidades de investimentos conjuntos entre os dois continentes, já que a Europa tem o conhecimento e África tem os mercados e a possibilidade de investir ».
« E claro que aqui posicionamos Portugal como uma plataforma de encontro Europa-África », afirmou.
Filipe Botton sublinhou que o « EuroAfrican Forum não é um encontro entre Portugal e África, nem Portugal e a África lusófona », mas « claramente, um encontro entre Europa e África como um todo, em que Portugal é a plataforma de encontro ».
Esta edição tem também como objetivo « estimular a força das diásporas africanas », bem como debater qual o seu papel no futuro, acrescentou.
Segundo o empresário português, a primeira edição do fórum « veio permitir uma reaproximação de Portugal com Angola », e a segunda, na qual o Conselho da Diáspora em articulação com o Presidente da República, contou com a presença do Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, debateu as respostas de « ajuda à tragédia » que este ano aconteceu no território moçambicano, com os ciclones Idai e Kennet.
A terceira e próxima edição, em 2020, deverá também dar um contributo para « reforçar as relações internacionais », considerou.
Esta iniciativa, sublinhou, tem sido sempre feita em perfeita articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Este evento reúne habitualmente 700 participantes, que debatem os temas do desenvolvimento das relações institucionais entre a Europa e África.
« Achamos que isto é muito importante para Portugal porque permite-nos afirmar Portugal”, concluiu o presidente da direção do Conselho da Diáspora.
O VII Encontro Anual do Conselho da Diáspora portuguesa, que se realiza esta sexta-feira, tem como tema « Pensar a economia no nosso planeta » e vai debater, entre outros aspetos, os desafios da transição para um novo sistema de produção e consumo, lê-se no comunicado de lançamento do evento.
O evento conta na sessão de abertura com a intervenção do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e no encerramento com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nos anos anteriores, o encontro anual do Conselho da Diáspora debateu temas como o talento e o sistema de educação nacional, o investimento, liderança e diversidade, cibersegurança, gestão na era digital, diplomacia cultural, competências para o século XXI, o desenvolvimento da indústria audiovisual em Portugal.
O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma associação privada sem fins lucrativos, fundada em 2012, com o Alto Patrocínio da Presidência da República e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Este ano foi reconhecido pelo Estado Português com o estatuto de Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em favor das relações entre Portugal e África. através da plataforma EurAfrican Forum.
O seu principal instrumento de intervenção é uma rede de ligação entre portugueses e lusodescendentes, a World Portuguese Network, que integra 96 membros, espalhados por 26 países e 50 cidades em cinco continentes, com intervenção e influência nas áreas da Economia, Ciência, Cultura e Cidadania.