COP faz balanço positivo dos Jogos do Mediterrâneo, mas lamenta falta de reconhecimento

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, manifestou « desconforto » pela « completa marginalização » dada aos atletas que participaram nos Jogos do Mediterrâneo, em Tarragona, Espanha, por parte de « membros da hierarquia do Estado ».

Portugal, que encerrou no sábado a sua participação nos Jogos do Mediterrâneo com 24 medalhas, três de ouro, oito de prata e 13 de bronze, despede-se hoje da cidade espanhola de Tarragona, após 10 dias de competição e da cerimónia de encerramento do evento que decorre às 21:00 horas locais (20:00 em Lisboa).

Em declarações aos jornalistas, em jeito de balanço da estreia portuguesa neste evento, José Manuel Constantino considerou que o facto de estar a decorrer uma competição em que Portugal esteve « profundamente empenhado » – referindo-se ao Campeonato do Mundo de futebol, no qual a seleção de Fernando Santos perdeu no sábado por 2-1 com o Uruguai, sendo afastada nos ‘oitavos’ -, « não pode inviabilizar que haja alguma atenção relativamente a outras representações nacionais que estão a ocorrer em simultâneo ».

« Repito, com exceção do secretário de Estado do Desporto e do ministro da Educação, não houve da parte de outros membros da hierarquia do Estado qualquer referência até à data em que estou a falar convosco. É uma realidade à qual, infelizmente, já estamos habituados e da qual a generalidade dos atletas se queixam », lamentou.

O presidente do COP falou em « completa marginalização », designadamente « aos níveis mais elevados da hierarquia do Estado », manifestando « desconforto » quanto ao acompanhamento e reconhecimento da participação lusa nos Jogos do Mediterrâneo.

Já a vertente competitiva foi avaliada positivamente por José Manuel Constantino, que desejou: « Oxalá o futuro venha a confirmar esses bons indicadores desta primeira participação. »

« Depois de assistir às competições, se houvesse mais uma dezena de medalhas não causaria grande surpresa face ao modo como as competições decorreram. Mas não existem vencedores antecipados e há sempre ocorrências que determinam que nuns casos nos seja favorável e noutros casos desfavorável », analisou o responsável.

José Manuel Constantino destacou as posições de pódio, alguns recordes nacionais e recordes pessoais atingidos, e confessou quais as conquistas que o surpreenderam.

« A dupla de remo [referindo-se aos irmãos Afonso e Dinis Costa, bronze nem remo LM2x], não esperava que conquistassem uma posição de pódio e também não imaginava no basquetebol feminino 3×3 [que também foi terceiro]. Não tinha avaliação anterior e foram posições que me surpreenderam de forma positiva », disse.

Desta forma, o líder do COP, que está a cumprir o segundo mandato, sexto ano de presidência, encarou a participação nesta competição como uma espécie de « berço » para atletas, modalidades, treinadores e mesmo para o desporto nacional.

« É um nível de competição médio/alto que permite aferir, nesta fase da época, os níveis competitivos dos nossos atletas tanto mais que em algumas modalidades vão ainda ocorrer uns picos de competição para os quais se preparam durante estes Jogos. Este é um elemento aferidor muito positivo e que ajuda ao desenvolvimento », afirmou.

Convidado, por fim, a comentar as ausências de alguns atletas que chegaram a estar inscritos, mas não competiram em Tarragona, entre os quais a judoca Telma Monteiro, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio2016, José Manuel Constantino lamentou que essas situações tivessem ocorrido, disse ter sido confrontado com elas em momentos diferentes, ou ainda em Portugal ou já em Tarragona, mas garantiu que todos os desportistas e federações justificaram com « razões de natureza clínica ».

Portugal encerra a estreia nos Jogos do Mediterrâneo, competição que teve início dia 22 e termina hoje, depois de 24 subidas ao pódio, tendo ficado na 13.ª posição do medalheiro global da competição, na qual participaram 26 países.

Os próximos Jogos do Mediterrâneo realizam-se em Oran, na Argélia, em 2021.

Alfa/Lusa.

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