O embaixador de Portugal em Paris, Jorge Torres Pereira, considera que a situação dos portugueses e luso-descendentes que queriam voltar a Portugal « acalmou um bocado » e não tem conhecimento de casos da doença na comunidade.
As questões da comunidade portuguesa sobre um regresso a Portugal junto aos consulados levou na última semana o embaixador a fazer um apelo aos emigrantes para que não viajassem para o país, um alerta que parece ter sortido efeito.
« A situação acalmou um bocado. […] Apercebi-me que havia pessoas que estavam a ver a coisa de uma forma mais frívola e menos adequada à gravidade da situação e por isso quis chamar a atenção. Mas, entretanto, as pessoas têm consciência que ficar em casa é fundamental », afirmou o diplomata em declarações à Agência Lusa.
Apesar de os consulados e a embaixada estarem fechados desde o início da quarentena em França, Jorge Torres Pereira indicou que a rede continua a funcionar e « está bem coordenada ».
« Os consulados continuam a receber questões por telefone às quais vão dando resposta », declarou o embaixador.
Para já, o diplomata português diz não ter conhecimento de casos de covid-19 na comunidade, mas que os consulados estão sensíveis aos efeitos da pandemia na economia e como isso pode ter um impacto nos emigrantes.
« De uma forma geral, os consulados têm noção de situações que podem ser problemáticas de trabalhadores de empresas que vão deixar de ter trabalho e dão resposta a esses pedidos », indicou Jorge Torres Pereira, reforçando que os consulados podem ajudar a « reencaminhar » certas questões, mas não resolvê-las diretamente.
O embaixador pede agora ao portugueses e luso-descendentes em território francês que conservem « a tranquilidade e a calma » nas próximas semanas. « Não vamos exagerar o que não precisa de ser exagerado », disse.
Para além de contactos diários entre o embaixador e os diferentes cônsules em território francês, Jorge Torres Pereira também está em contacto permanente com a ministra francesa dos Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, e os restantes embaixadores da União Europeia em França.
Alfa/Lusa